A TENTAÇÃO DE JESUS (1ª PARTE)
VIVER PARA SUBSISTIR
Há pessoas que
simplesmente passam pela vida. Não exercem influência significativa sobre
ninguém. Algumas chegam a adquirir seus quinze minutos de fama e logo se vão.
Outras deixam um legado de boa influência que vai sendo repassado por gerações.
Com certeza, você pode lembrar-se de um professor que marcou sua vida, um líder
religioso, um profissional ou mesmo seus pais ou um de seus parentes. Gente que
fez mais do que apenas sobreviver. Dou início à meditação sobre as tentações
que Jesus sofreu no deserto e detecto três tipos delas no texto de Lucas
4.1-13. Hoje, vamos estudar a primeira tentação que encontra-se em Lucas 4.1-4.
Após seu
batismo, Jesus volta cheio do Espírito Santo (v.1). Ser cheio do Espírito Santo
é deixar que ele guie sua vida, seguir a sua missão debaixo da orientação dele.
No caso de Jesus, o Espírito o levou ao deserto para ser tentado. Veja o que
acontece com Jesus: por dentro, cheio do Espírito; por fora, um deserto sem
vida. Ser cheio do Espírito Santo nem sempre o levará a uma vida de
prosperidade, popularidade e poder mas a um árido e tortuoso deserto. Se hoje
você está num “deserto”, talvez este seja o caminho que o Espírito escolheu
para que você descubra a vontade dele para sua vida.
Jesus ficou
quarenta dias no deserto, sem comer nada neste período (v. 2). Certamente,
bebeu água pois a abstinência foi apenas de alimentos. Ele devia ser um homem
forte física e espiritualmente pois aguentou firme esta situação difícil. Este período
teve um objetivo: ele seria tentado exaustivamente pelo Diabo. Preste atenção:
foi o Espírito Santo que o levou para ser tentado, para passar por esta prova.
Seu adversário, o Diabo, é um torturador perito e vai investir com todas as
suas armas contra este homem. O Diabo também deseja tirar suas últimas dúvidas
sobre a identidade desta pessoa: ele tem sérias desconfianças de que este Jesus
de Nazaré seja o próprio Filho de Deus. No final dos quarenta dias, teve fome. Vamos
entender esta “fome”: ele sentiu fome desde que começou o jejum. Ao final de
quarenta dias, ele estava com sua condição física totalmente comprometida, à
beira da morte. Jesus corria um seriíssimo risco de morrer.
Neste contexto,
ocorre a primeira tentação (v.3). O Diabo tenta-o colocando em dúvida sua
relação filial com Deus: “se és o filho de Deus”. O que ele quer dizer é o
seguinte: “como é que você está nesta situação aflitiva se é o filho de Deus?
Não pode ser assim. Isto não está certo. Você é o filho de Deus e tem direito a
uma vida boa, tudo com fartura, do bom e do melhor”. O Diabo sempre tenta opor
Deus a nós. Quando passamos por períodos de doença, tristeza, desemprego,
frustração, relacionamentos rompidos, ele vem sussurrar em nossos ouvidos que
Deus não gosta de nós, que ele não se importa conosco. O Diabo nos diz que Deus
só gosta daquelas pessoas cujas vidas vão muito bem. A proposta do Diabo a
Jesus é que ele mandasse a pedra transformar-se em pão. Afinal, ele precisava
viver. Sua subsistência física deveria ser o objetivo de sua vida. Esta é uma
tentação forte que persegue os seres humanos. O Diabo tenta nos enganar dizendo
que a sobrevivência física e a satisfação dos prazeres humanos tais como
comida, bebida, corpo sarado, sexo, vícios e outros são a razão de nossa existência.
O apóstolo Paulo cita um dito de sua época e que retrata bem este tipo de
pessoa: “comamos e bebamos porque amanhã morreremos” (1ª Coríntios 15.32). A
sociedade atual organiza-se ao redor do prazer. Analise as propagandas para a
venda de produtos hoje. Observe por qual motivo as pessoas estão roubando e
matando? Por que famílias, de longos anos de convivência, estão se separando? O
motivo é um só: o prazer de satisfazer nossas necessidades físicas e nossos
desejos tornou-se a razão de nossa existência. E mais: não importa se esta
satisfação for imoral ou ilegal, importa consegui-la de qualquer maneira.
Jesus responde
ao Diabo com a Palavra de Deus (v. 4). É a Bíblia que vai dar discernimento e
vitória ao lutar contra esta tentação. Sua palavra foi: “nem só de pão viverá o
homem”. Jesus quer nos dizer o seguinte: se sua pretensão na vida for apenas
satisfazer suas necessidades e prazeres pessoais, então você não viveu! Você
apenas passou pela vida. A verdadeira vida, embora conste da satisfação de
nossas necessidades básicas, tem propósitos muito mais elevados de existência.
A grande pergunta a ser respondida é: "eu existo para quê?”. Hoje, há uma
brasileira presa na Rússia por causa de atividades do grupo Greenpeace. Ela
elegeu a causa do meio ambiente para sua vida e não apenas sobreviver. É
tocante a foto de um menino negro tocando violino e chorando no funeral de seu
professor que tirou muitas crianças da marginalidade para ensinar música. Este
professor encontrou seu propósito de viver. Segundo a Bíblia, o maior motivo
para viver é promover a glória de Deus: “assim, quer vocês comam, bebam ou
façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus”. E você, leitor,
apenas sobrevive satisfazendo seus prazeres e necessidades ou vive por uma
causa maior que você?
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