EM DIA DE FESTA DE CASAMENTO, NÃO SE FAZ JEJUM
Há dias em nossa
vida nos quais jejuamos. Quando temos de fazer um exame clínico ou cirurgia, um
velório de um parente, o desaparecimento de um amigo. Uma situação muito triste
faz-nos perder a vontade de comer. As comemorações são totalmente diferentes.
Nelas, fazemos questão de comer juntos e celebrar a alegria da vitória. Em
nossa sociedade, a maior comemoração é a do casamento. Geralmente, os noivos
fazem uma festa. Todos os convidados preparam-se para este momento e vão
dispostos a comer e a festejar: é a alegria pelo casamento dos noivos. No texto
de Lucas 5.33-35, Jesus mostra-nos
quais destas atitudes estão de acordo com o seu discipulado.
No momento deste
texto, havia em Israel três grandes grupos de discipulado: o grupo de
discípulos de João Batista, que continuava seu ministério, o de Jesus e os
discípulos dos fariseus. O grupo de discípulos de João Batista e dos fariseus
praticavam jejuns e orações como elementos de sua religiosidade. Os fariseus
chegavam a jejuar duas vezes por semana. Eles entendiam que o jejum era uma
forma de ganhar méritos pessoais em relação a Deus. Mas, este grupo percebeu
algo estranho: embora orassem, eles nunca viram os discípulos de Jesus fazer
jejuns. Ficaram intrigados com isto porque lhes parecia uma falta de espiritualidade
muito grande. Por isso, foram perguntar a Jesus: “os discípulos de João jejuam
frequentemente e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os teus comem
e bebem” (v. 33). Observe que os discípulos de Jesus caracterizavam-se pela
alegria do comer e beber. Alegria, e não a tristeza, é uma marca do Espírito
Santo (Gálatas 5.22,23).
Jesus responde a
eles com uma situação (v.34). Numa festa de casamento, hora de profunda
alegria, será que algum casal de noivos proporia aos padrinhos e convidados que
fizessem jejum na festa? Claro que não! O momento é de celebração, alegria e
muita comida, não de tristeza. Preste atenção a dois ensinos preciosos de Jesus
com esta ilustração da festa de casamento. Primeiro: Jesus apresenta-se como um
noivo e sua presença entre os discípulos é motivo de alegria. Quem segue a
Jesus terá uma vida de alegria no contexto geral, embora apareçam momentos de
tristeza. Esta alegria não ocorre porque a vida vai bem e sim por causa da
presença de Jesus nela. Segundo: Jesus nos orienta a não seguir ritos por causa
de religião ou mérito pessoal (ex.: jejuar) mas só tomar atitudes que estejam
ligadas a ele. Eu não preciso cumprir ritos religiosos mas preciso obedecer
àquilo que vai exaltar ou aumentar minha comunhão com Jesus.
No v. 35, Jesus
diz que, para seus discípulos, chegarão dias tristes. O noivo será tirado
violentamente deles. É uma das primeiras vezes que Jesus fala da cruz. De forma
violenta, o noivo cuja presença traz alegria, seria retirado desta comunhão
para ser pregado de uma forma injusta e vil na cruz do Calvário. Nestes dias de
dor e de crise, os discípulos jejuarão. Sim, há lugar para o jejum entre os
seguidores de Jesus mas será sempre ligado a momentos de dor e de crise pessoal
e coletiva. Nunca será uma atitude constante pois o que prevalece é a alegria
da presença de Cristo.
O que Jesus nos
ensina sobre o jejum quando é feito por motivos de fé? 1º) Jejum não é moeda de
troca com Deus. Há pessoas que pensam que, porque jejuam constantemente, Deus
fica obrigado a dar a elas o que desejam. Deus não tem nenhuma obrigação ou
dívida a saldar com quem jejua. Se você quer entender isto melhor, leia Isaías
58.1-7 e descubra qual é o tipo de jejum que agrada a Deus. 2º) Jejum não é um ato
piedoso em si mesmo mas reação apropriada diante de situação de tristeza, crise
espiritual, pecados que precisam ser expurgados da vida ou decisão difícil e importante
a ser tomada. Este momento de jejum deve vir acompanhado de orações, pois o
jejum só serve se for uma busca piedosa do Senhor. 3º) A vida com Jesus não se
caracteriza pela tristeza mas pela alegria. O verdadeiro crente estará muito
mais em refeições do que em jejuns. Afinal, o noivo disse: “estou com vocês
todos os dias até que os tempos terminem” (Mateus 28.20). Um brinde ao noivo!
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