A CELEBRAÇÃO DE JESUS (2ª Parte)
O PRIVILÉGIO DE CONHECER
Há dois modos
básicos de conhecimento. Um é o formal/intelectual: é um conhecimento que está
basicamente na mente como, por exemplo, sou apresentado a uma pessoa que não
conhecia, ou digo que conheço Nova Iorque porque vi a cidade na internet ou
como um menino que vê o mar pela primeira vez diz: “eu conheço o mar”. Outro
modo de conhecimento é o vivencial/pessoal: além de conhecer intelectualmente,
eu envolvo minha vida neste conhecimento. Um rapaz estava de livramento
condicional de um crime que havia cometido. Isto significava que ele tinha de seguir
certas regras, tais como ficar em casa à noite, só sair para trabalhar, etc. Os
pais deste rapaz escreveram uma carta para o juiz responsável pedindo que ele
prendesse seu filho, pois saia à noite para consumir drogas e eles desconfiavam
que talvez estivesse traficando também. Os pais escreveram: “nós conhecemos
nosso filho e ele não sabe aproveitar a liberdade que tem”. Este é o
conhecimento vivencial/pessoal. No texto de Lucas 10.21, Jesus falou que o Pai
oculta e revela o evangelho. No texto de Lucas 10.22-24, Jesus diz como se dá o
conhecimento deste Deus que revela, da parte dos homens.
No v. 22, Jesus
diz: “todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece quem é
o Filho senão o Pai, e ninguém conhece quem é o Pai senão o Filho, e aquele a
quem o Filho o quiser revelar”. Todas as coisas pertencem a Jesus porque o Pai
lhe deu. Na Trindade, o compartilhamento é total. Há uma dádiva eterna entre as
pessoas da Trindade.
Este
compartilhamento total chega agora à questão do conhecimento. O Pai conhece
perfeitamente o Filho: tanto na Trindade, pois ele era e é o eterno Deus Filho,
quanto na sua encarnação quando ele tornou-se também homem. Aqueles que estudam
teologia sabem da dificuldade de entender a pessoa de Jesus com suas duas
naturezas divina e humana. Devido à limitada capacidade humana, os teólogos
dizem: “até aqui dá para entender, daqui para frente vamos tratar como um
mistério”. Veja, Deus Pai conhece perfeitamente Jesus com suas duas naturezas.
Este conhecimento é vivencial/pessoal. Ao apresentar Jesus, o Pai disse: “este
é meu Filho amado, em quem tenho muito prazer” (Mateus 3,17). Você percebe o
conhecimento relacional?
Da mesma forma, o
Filho conhece o Pai: profunda e vivencialmente. Aqui fala-se do conhecimento
Pai-Filho, mas veja o conhecimento do Espírito Santo em 1ª Coríntios 2.10,11: “mas
Deus o revelou a nós por meio do Espírito. O Espírito sonda todas as coisas,
até mesmo as coisas mais profundas de Deus ... da mesma forma, ninguém conhece
os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus”. Este é o conhecimento
pleno, profundo e vivencial da Trindade divina. No entanto, um personagem fora
da Trindade pode fazer parte deste conhecimento: o ser humano! Homens podem
conhecer Deus!!! Jesus disse que quem conhece o Pai é o Filho e “aquele a quem
o Filho o quiser revelar”. Fantástico: nós, seres humanos, temos acesso ao
conhecimento vivencial e relacional com Deus. Mas, para que haja este tipo de
conhecimento, há três condições: 1ª) só o FILHO JESUS pode revelar: não é
religião, bom comportamento, a mãe de Jesus, pessoas santas, rituais,
esoterismo, espíritos, etc, que lhe dão conhecimento de Deus. Somente Jesus. Ou
é ele ou não é nada; 2ª) só o Filho Jesus pode REVELAR: ele veio revelar Deus
porque é Deus; ele é o revelador do Pai e da sua vontade; ninguém fala a
verdade sobre Deus a não ser Jesus Cristo; 3ª) o Filho Jesus deve DESEJAR
revelar o Pai a pessoas específicas: observe no texto que a revelação não é
para todo mundo e sim para “aquele” a quem o Filho quiser revelar. Ou seja,
cabe ao Filho escolher a quem ele vai dar esta revelação! Se, hoje, você
conhece o Pai de forma vivencial, é porque o Filho desejou e quis que você o
conhecesse. Glória a ele!
Após falar a
acerca do conhecimento que envolve a Trindade e também os homens, Jesus disse
aos discípulos em particular: “felizes são os olhos que veem o que vocês veem.
Pois eu lhes digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vocês estão
vendo, mas não viram; e ouvir o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram” (v.
23,24). Aqueles que o Filho escolher serão discípulos dele. Estes discípulos são
felizes, bem-aventurados, privilegiados porque conseguem ver Jesus como seu
salvador e Senhor. Uma parte deste privilégio diz respeito ao que ocorreu com
todos os crentes do Antigo Testamento. Eles creram na promessa de Deus, mas não
tiveram o prazer de conhecer Jesus como agora nós o conhecemos. Diferente
deles, nós conhecemos Jesus, seu nascimento, sua cruz, ressurreição e
soberania. Nós o conhecemos de uma forma pessoal a ponto de conversarmos com
ele todo dia através da oração. Quando você andar pelas ruas, veja-se como um
privilegiado de Deus, não porque tenha conseguido uma casa, um carro zero,
muito dinheiro ou sua empresa prosperou; veja-se como um privilegiado porque
você conhece, de forma pessoal, relacional e profunda o Pai, o Filho e o
Espírito Santo.
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