Lucas 11.02 - EXALTE DEUS E SEUS ATOS

A ORAÇÃO DO PAI NOSSO (1ª Parte)

EXALTE DEUS E SEUS ATOS

A oração do “Pai Nosso” (Lucas 11.2-4) que Jesus nos ensinou é uma oração padrão. Faremos milhares de orações durante nossa vida, mas elas deverão estar de acordo com a oração do “Pai Nosso”. Podemos orá-la individual ou comunitariamente, sem problema, desde que as palavras partam do coração e tenham significado para você. A oração de Lucas 11.2-4 é similar à de Mateus 6.9-13, mas tem algumas diferenças. Parece que Jesus ensinou esta oração em momentos diferentes de seu ministério. A oração tem duas partes: a primeira pede pelo próprio Deus e seu reino (v. 2) e a segunda parte por nós (v. 3-4). Hoje estudaremos a primeira parte que é Lucas 11.2.

O v. 2 começa assim: “ele (Jesus) lhes disse: ‘quando vocês orarem, digam”. Jesus estava certo que nós iríamos orar. Ele não disse: “se vocês orarem”, mas sim “quando vocês orarem”. Oração é parte fundamental da vida do cristão. Ninguém consegue ser discípulo de Jesus se não orar. Oração é a respiração espiritual. Não há regras na oração cristã porque ela é relacional. Ela é uma conversa respeitosa entre dois seres pessoais: Deus e o homem.

Além de relacional, a oração cristã é de intimidade. Ao nos dirigir a Deus, Jesus nos ensina a chamá-lo de “Pai” (v. 2). Esta é uma revolução que Jesus faz. Os judeus, em suas orações particulares, não chamavam Deus de Pai, porque achavam que isto rebaixava Deus. Nem seu nome Yahweh (Jeová) eles falavam. Nas orações comunitárias, raramente usavam a palavra “Pai”. Jesus e seus contemporâneos judeus falavam o aramaico. Nesta língua, a palavra formal para “pai” era “abi”, que literalmente é “meu pai”. Quando orava e ensinou a orar, Jesus usava a palavra “aba” para Deus. “Aba” era a palavra que as crianças usavam e significava a intimidade: “paizinho”, “papai” ou o nordestino “painho”. Veja o uso literal deste termo em Romanos 8.15: “pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temerem, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: ‘Aba, Pai’”. Um teólogo do século XX, chamado Joachim Jeremias, diz que a grande novidade de Jesus foi chamar e tratar Deus como “Pai”. Você compreende agora como chamar Deus de “Pai” na oração foi uma tremenda revolução feita por Jesus? E que ele queria que entendêssemos que oração é intimidade e liberdade com Deus assim como uma criança pequena tem com seu pai. Quando orar, trate Deus como um paizinho amado.

A primeira frase/pedido do “Pai Nosso” é “santificado seja o teu nome” (v. 2). O nome é a representação do próprio ser. Santificar o nome/ser de Deus significa reconhecer a sua revelação salvadora na história e exaltar e honrar este Deus por tudo que ele é (santo, grandioso, eterno, bondoso, gracioso, justo, verdadeiro, etc). Jesus está pedindo ao Pai que todas as coisas (a natureza, a história, a humanidade, você) ajam de forma a honrá-lo e engrandecê-lo em tudo que fizerem. Que você viva sua vida inteira para honrar e obedecer a Deus com muita paixão. Que você tenha prazer em viver com o Pai.

A segunda frase/pedido é “venha o teu Reino” (v. 2). A ação do Pai no mundo é seu reinado. Deus já reina sobre todas as coisas, inclusive sobre os homens. Mas, o pedido de Jesus aqui, é que, voluntariamente, os homens deixem que Deus reine em seus corações e em suas atitudes. A vinda do Reino significa que se implante livremente, nas pessoas, povos e na história humana, o que Deus deseja para todos: justiça, amor, paz, alegria, santidade, liberdade, etc. Enquanto no mundo e no indivíduo o mal prevalecer com ódio, guerra, terrorismo, ansiedade, depressão, violência, corrupção, enriquecimento ilícito, orgulho e outras coisas feias que os homens praticam, o Reino não vem. Para cumprir este pedido de Jesus ao Pai, você deve dedicar sua vida para o bem e o Reino.

Os dois primeiros pedidos do “Pai Nosso” visam Deus e não nós. Um exalta seu Ser e o outro honra sua ação. Quando oramos esta prece com sinceridade estamos entregando nossas vidas para glorificar a Deus. Isto vale a pena porque estamos nos doando a nosso “Aba, Pai”.