UM DEUS QUE SE DOA
Desde que a
humanidade existe, pais amam seus filhos. Vejo que hoje em dia, aqui no Brasil,
o cuidado paterno com os filhos, da parte de alguns pais, praticamente virou
uma obsessão. O número de pais superprotetores aumenta e, consequentemente, o
de filhos inseguros. Por outro lado, sabemos que as crianças necessitam de proteção,
carinho e cuidados. É por este motivo que crimes como o do casal Nardoni na
qual uma criança foi morta de forma brutal trazem tanta indignação popular. É
baseado neste sentimento paterno que Jesus termina seu ensino acerca da oração
e especificamente sobre o Deus que nos ouve na oração em Lucas 11.11-13.
O Deus que nos
ouve quando oramos é um Deus honrado porque cumpre tudo que prometeu em sua
palavra. É também um Deus interessado em nós, que gosta de nos ouvir. Nos v. 11
e 12, Jesus diz: “qual pai, entre vocês, se o filho lhe pedir um peixe, em
lugar disso lhe dará uma cobra? Ou se pedir um ovo, lhe dará um escorpião?”.
Está em evidência aqui, a relação pai-filho. É até impossível imaginar uma cena
como esta descrita. Jesus esperava um veemente “não!” à sua pergunta. Li acerca
de uma artista famosa que seus pais viviam em muita pobreza e tinham muitos
filhos. Por várias vezes aconteceu de só terem alguns ovos para o jantar. Seus
pais cozinhavam e dividiam igualmente entre os filhos pequenos, o que ainda era
muito pouco para cada um. Mas os pais não ficavam com nenhuma parte. Quando
perguntados, diziam que não gostavam de ovos. Pais que amam seus filhos
sacrificam-se por eles, sem se tornarem superprotetores.
A conclusão de
Jesus está no v. 13: “se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas a
seus filhos, quanto mais o Pai que está nos céus dará o Espírito Santo a quem o
pedir”. Em primeiro lugar, Jesus fala acerca dos pais humanos. Ele diz, logo de
cara, que pais humanos são maus pela própria natureza. Segundo a Bíblia, após o
pecado de Adão, todo ser humano nasce com a natureza corrompida, má, e sua
natureza pecadora se demonstrará claramente quando tiver condições de fazer
escolhas morais. Por isto a Bíblia diz: “não há homem que não peque” (1º Reis
8.46). Por natureza somos maus, embora saibamos fazer e desejamos o bem. É por
este motivo que, não gostando do mal, acabamos praticando-o em nosso dia a dia.
Jesus diz que homens maus também sabem fazer o bem em casos específicos. No
caso dos filhos, sabem dar boas coisas a eles. É interessante que na relação
pai/mãe-filho, o que prevalece é o dar e não o negociar, emprestar ou vender.
Pais simplesmente dão o que os filhos pedem, quando têm. Nunca, no futuro, vão
cobrar aquilo que deram. E mais: sentem um prazer imenso quando dão.
Em segundo
lugar, Jesus nos fala do Pai do céu. Para Jesus, o único Deus é Pai e é nesta
condição que ele se vê. Deus é Pai de Jesus Cristo (seu filho natural) e é Pai
de milhões de filhos adotivos na Terra (aqueles que se tornaram discípulos de
Jesus): “contudo, aos que o receberam (a Jesus), aos que creram em seu nome,
(Deus) deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram
por descendência natural, nem pela vontade da carne, nem pela vontade de algum
homem, mas nasceram de Deus” (João 1.12-13). Como Pai, ele dá (não negocia, do
tipo: “você faz uma campanha de oração e, em troca, eu lhe dou uma casa” ou do
tipo: “você dá uma oferta muito alta e que seja um sacrifício muito grande e,
em troca, eu lhe darei prosperidade no seu negócio”). Na comparação com os pais
humanos, enquanto estes são maus, ele é bom, e portanto, dá coisas melhores que
os pais humanos.
Os filhos estão
fazendo os mais diversos pedidos e qual a resposta do Pai celestial? Dá-lhes o melhor
de tudo: dá-lhes o Espírito Santo! O Pai celestial só dá o Espírito Santo aos
que são filhos: “mas vocês receberam o Espírito que os adota como filhos, por
meio do qual clamamos: ‘Aba, (que
significa) Pai’. O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos
filhos de Deus” (Romanos 8.15-16). Ao nos dar o Espírito Santo, tudo de bom
será nosso: “da mesma forma, o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não
sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos
inexprimíveis” (Romanos 8.26). Como o Espírito Santo é Deus, o Pai celestial
acabou doando-se a si próprio: “porque todos os que são guiados pelo Espírito
de Deus são filhos de Deus” (Romanos 8.14).
O Deus que nos
ouve na oração é um Pai que se doa a nós. Deu o seu Filho para morrer na cruz e
pagar os nossos pecados. Dá-nos do seu Espírito para vir morar em nós e
levar-nos até a casa dele através do amor e da santificação. Pai bondoso!
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