A RELIGIOSIDADE QUE MATA (5ª Parte)
FECHAR A PORTA DE ENTRADA DO CÉU
Há pessoas que falam muito em nome de Deus e
prometem o céu na terra. Outras, também em nome de Deus, prometem o céu. O que
liga estes dois grupos de líderes religiosos é o fato de que eles impõem a seus
fiéis o cumprimento de certas regras. A questão é se a obediência a estas
regras nos leva ao céu. Em Lucas 11.52-54,
lemos acerca do final deste discurso de Jesus acerca dos fariseus e mestres da
lei e a reação deles.
Terminando sua crítica
aos mestres da lei de Moisés, Jesus lhes diz: “ai de vocês, mestres da lei,
porque se apoderaram da chave do conhecimento. Vocês mesmos não entraram e
impediram os que estavam prestes a entrar” (v. 52). A chave do conhecimento é a
possibilidade de interpretar corretamente as Escrituras do Antigo Testamento (a
única que existia no tempo de Jesus). Deus revelou-se na história de Israel e
sua palavra foi registrada pelos profetas e escritores destes livros. Os
mestres da lei, que estudavam profundamente todo o registro do Antigo
Testamento, tinham todas as condições para entender Deus e sua vontade e
explicar corretamente ao povo. Tinham condições de enxergar em Jesus o
cumprimento de todas as suas promessas. Mas não quiseram crer no Senhor e,
desta forma, nem entraram no Reino de Deus e nem permitiram que outros
entrassem. O impedimento dos outros se deu pelo falso ensino deles, cheio de
regras e justiça própria. Semelhantes a estes mestres da lei do passado são os
que pregam hoje um “evangelho” cheio de regras: para entrar no céu, você
precisa fazer penitências e jejuns, participar dos cultos ou missas, ser boa
pessoa, dar o dízimo ou uma oferta muito grande, participar dos cultos de 7
sextas-feiras, etc. Este falso evangelho é para ser vendido e comprado e
engrandece os homens que o ensinam.
Bem diferentes
destes são outros a quem Jesus dá as chaves do Reino para abrir as portas a
todos os povos da Terra (Mateus 16.19) e que pregam o verdadeiro evangelho: a
morte de Jesus na cruz é suficiente para nos salvar e não precisamos fazer mais
nada da nossa parte, nem mesmo as boas obras e um bom caráter; o arrependimento
dos pecados e a fé exclusivamente em Jesus Cristo nos salvam. Aqui, não há
homens a endeusar e seguimos apenas a Jesus.
O texto termina
assim: “quando Jesus saiu dali, os fariseus e os mestres da lei começaram a
opor-se fortemente a ele e a interrogá-lo com muitas perguntas, esperando
apanhá-lo em algo que dissesse” (v. 53-54). Depois desta conversa, começou um
cerco a Jesus por parte deles. Jesus era o alvo. Eles preparavam perguntas
elaboradas e decoradas para pegá-lo em alguma palavra errada, fizeram
emboscadas e caçavam-no espiritualmente. Os fariseus e os mestres da lei tinham
a má intenção de acabar com a reputação e a vida de Jesus. Confirmaram, através
de seus atos, o que Jesus dissera deles.
Uma
religiosidade doentia, farisaica e fundamentalista é aquela que, em nome de
Deus ou de uma religião, quer e sente prazer em destruir o outro, trama o mal e
prepara armadilhas. Não interessa a estes a verdade do evangelho que salva e
liberta o ser humano. Eles querem, com seu discurso religioso e suas
exigências, apenas sua manutenção no poder religioso e econômico. Jesus disse
que eles não entrarão no céu!
Ao terminar todo
o texto de Lucas 11.37-54, onde Jesus tratou da falsa religiosidade ou da
religiosidade que mata, aprendemos com as críticas que o Senhor fez aos
fariseus e mestres da lei que o mais importante é cuidar da saúde espiritual ao
invés de viver de aparências religiosas. Que nossas atitudes, por melhores que
sejam, não nos salvam: só a fé em Cristo pode nos dar entrada nos céus. Que o
premeditar o mal a outros não deve estar em nosso coração. Que pessoas devem
ser amadas, independentemente se a fé delas é diferente ou igual à nossa. Que
nossa religião seja Jesus!
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