A RIQUEZA NÃO TRAZ FELICIDADE (1ª Parte)
“PARA SER FELIZ, PRECISO TER MAIS DO QUE TENHO”
Nossa sociedade atual tornou-se materialista e
mística ao mesmo tempo. É materialista porque valoriza as pessoas pela
quantidade de bens que possuem. Logo, a sociedade virou consumista. É mística
porque acha que, para ser feliz, precisa fugir desta realidade de alguma forma.
Jesus tem o antídoto para o veneno de uma sociedade que quer ser feliz sendo
materialista e mística. No texto de Lucas 12.13-21, ele nos ensina como viver
este antídoto. Hoje, estudaremos a primeira parte que se encontra em Lucas 12.13-15.
Jesus estava
discursando para uma grande multidão, quando alguém lhe diz: “Mestre, diga a
meu irmão que divida a herança comigo” (v. 13). O que observamos na fala deste
homem? Há uma família dividida por causa da herança de um pai falecido. Este
homem é alguém que se sente injustiçado porque, de alguma forma, seu irmão ou
ficou com tudo ou é o responsável pela partilha. Obviamente, ele deve estar
desenvolvendo sentimentos como a tristeza ou o ódio em relação a seu irmão. Mas
é interessante que este homem impõe a Jesus a sua solução: ele quer que Jesus
vá até o seu irmão e o obrigue a fazer a partilha. A ideia básica que conduz
este homem é a seguinte: os bens são necessários para minha felicidade.
Jesus responde
assim: “homem, quem me designou juiz ou árbitro entre vocês?” (v. 14). Jesus
diz que ele não veio para resolver problemas objetivos da sociedade, mas para
reconciliar pessoas e ensiná-las a viver bem a partir delas mesmas. Parece-me
que um pressuposto de Jesus é que a sociedade deve resolver os problemas
objetivos que ocorrem entre seu povo. Se alguém está com um problema de
partilha de bens, deve procurar um juiz ou conciliador. Se alguém está doente,
procure um médico. Se alguém está com algum transtorno de personalidade,
procure um psicólogo ou psiquiatra. Alguns crentes acham que estes problemas (e
outros mais) resolvem-se exclusivamente orando ou pedindo oração ao pastor.
Tudo que fizermos deve ser feito debaixo de oração, mas os problemas objetivos
que enfrentamos são resolvidos por quem de direito na sociedade.
A seguir, Jesus
diz a todos: “cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a
vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens” (v. 15). Jesus nos
ordena tomar cuidado constante conosco em relação à posse de bens materiais ou
imateriais. O cuidado deve ser com todo e qualquer sentimento ou desejo de
obter mais vantagens que os outros, ou desejo insaciável por sempre ter mais,
ou ambição desmedida. Alguns estão, o tempo todo, querendo ter mais bens
(casas, terras, aplicações financeiras, dinheiro, etc); outros estão desejando
conquistar o maior número possível de mulheres/homens, sempre trocando o
parceiro ou simplesmente pelo prazer de conquistar; outros estão buscando mais
e mais poder e domínio. Cuidado com o pensamento: “preciso ter mais”.
Conforme o
texto, a vida feliz que Deus quer para nós consiste no seguinte. Em primeiro
lugar, não é ter em abundância determinadas coisas que eu quero num desejo
insaciável. As coisas que eu possuo não se igualam à minha vida. Tenho de fazer
esta distinção. Minha vida é muito mais importante do que aquilo que possuo. Há
pouco tempo atrás, um engenheiro matou a mulher a facadas e os dois filhos por
jogá-los do 18º andar do prédio e depois se matou. Ele fez isto porque ouviu o
boato, na sua empresa, de que poderia ser demitido. O tipo de vida que ele
consquistara era mais importante que a vida dele e de sua família. Perceba visão
dele no bilhete que deixou escrito: “Sinto um desgosto profundo por ter falhado
com tanta força, por deixar todos na mão, mas melhor acabar com tudo logo e
evitar o sofrimento de todos. Está claro pra mim que está insustentável e não
vou conseguir levar adiante. Não vamos ter mais nada e não vou ter como
sustentar a família”. Perceberam a última frase? O que valia mais: a família ou
os bens que ele mantinha com o atual trabalho?
Em segundo
lugar, a vida consiste em ser feliz com o que eu tenho hoje. Felicidade não é
fugir de sua realidade. Os que usam drogas usam este expediente para fugir da
realidade e aí, serem felizes. Não! Felicidade é saber que o que eu tenho,
mesmo que seja pouco, é dado por Deus e suficiente para eu viver. Minha vida é
mais importante do que os bens que eu possuo. Posso ser feliz em qualquer
situação real. Ouça o apóstolo Paulo: “... pois aprendi a adaptar-me a toda e
qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter
fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja
bem alimentado, seja com fome, tendo muito ou passando necessidade. Tudo posso
(ou seja, posso passar qualquer tipo de situação) naquele que me fortalece”.
“Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação”: isto é
felicidade!
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