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Lucas 12.16-21 - A GRANDE TOLICE DE VIVER PARA ACUMULAR BENS

A RIQUEZA NÃO TRAZ FELICIDADE (2ª Parte)
A GRANDE TOLICE DE VIVER PARA ACUMULAR BENS

 Com a globalização, uma parte do mundo se enriqueceu, embora a maior parte continue na pobreza. Há pessoas em muitos países do mundo, inclusive no Brasil, que têm tanta riqueza que já não conseguiriam gastar tudo mesmo que vivessem 100 anos só para isto. Há muita gente que trabalha demais com a finalidade de acumular bens e riquezas. O que Jesus disse sobre este tipo de vida? É o que veremos no texto de Lucas 12.16-21.
Jesus estava conversando com um homem da multidão dizendo-lhe que não iria fazer a partilha da herança do pai dele. Neste diálogo, Jesus diz que “a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens” (v. 15). Para ilustrar seu ensino, Jesus conta uma estória (parábola). Ele começa esta estória assim: “a terra de certo homem rico produziu muito” (v. 16). Este homem já era rico e seu campo teve uma excelente produção de grãos. Como administrador de suas terras, tinha que tomar uma decisão diante desta situação. Continua Jesus: “ele pensou consigo mesmo: ‘o que vou fazer? Não tenho onde armazenar minha colheita’. Então disse: ‘já sei o que vou fazer. Vou derrubar os meus celeiros e construir outros maiores, e ali guardarei toda a minha safra e todos os meus bens’” (v. 17-18). Este fazendeiro conversava consigo mesmo porque ele não tinha amigos para conversar. Naquele tempo e época, sempre que uma pessoa ia tomar uma decisão pessoal, conversava com os outros moradores de sua comunidade. Este homem, não! Ele não tinha amigos com quem compartilhar a vida, era um solitário. O problema que ele se propõe é: “onde vou armazenar minha colheita?”. A opção dele foi destruir os atuais celeiros e construir maiores. Observe algumas características deste fazendeiro. Em primeiro lugar, ele enfatiza sempre o “meu”: minha colheita (v. 17), meus celeiros, minha safra, meus bens (v. 18). Tudo é dele e tudo gira em torno dele. Em segundo lugar, ele já tinha muito: era rico e seus celeiros já estavam cheios. Em nenhum momento, ele pensou em doar esta colheita excedente para as pessoas pobres. Pelo contrário, sendo rico, quer acumular mais ainda, não está satisfeito com o que tem, é profundamente egoísta e não se cansa de dizer: “eu, eu, eu”.
Quando ele pensa nesta sua solução egoísta, Jesus diz qual é então o seu projeto de futuro: “e direi a mim mesmo: ‘você tem grande quantidade de bens, armazenados para muitos anos. Descanse, coma, beba e alegre-se’” (v. 19). Este fazendeiro pensa que tudo é dele, inclusive a vida. Quando ele diz a si próprio: “você tem”, pensa em si como aquele que vai fazer o que quer da vida. Outra coisa, este homem que vive armazenando para si, pensa que, nesta riqueza acumulada, ele estará tranquilo para viver. Ele coloca sua fé nos bens materiais que possui. Tem muita gente igual a ele, hoje em dia, que pensa que só será feliz quando tiver determinados bens. Enquanto não consegue estes bens, segue a vida reclamando e triste. Voltemos ao fazendeiro. Quando chegar neste acúmulo enorme de bens, o fazendeiro dará quatro ordens a si próprio: “descansa (as riquezas vão lhe suprir), coma e beba (desfrute dos prazeres da vida) e fica alegre (você não terá preocupações)”. Ao invés de viver estas coisas boas no presente, ele projeta tudo de bom para um futuro (que nunca vai chegar). Hoje, há pais trabalhando dia e noite para sustentar bem seus filhos, mas nunca fazem um passeio com eles. Há maridos suando a camisa no trabalho, mas nunca vão ao cinema ou à igreja com a mulher. Preocupadíssimos em ganhar dinheiro para um futuro melhor e esquecendo-se de viver bem no presente.
Jesus termina a estória: “contudo, Deus lhe disse: ‘insensato! Esta mesma noite a sua vida lhe será exigida. Então, quem ficará com o que você preparou?’” (v. 20). Deus diz a este homem que ele é um tolo, um insensato, um idiota. Por quê? Em primeiro lugar, porque a vida era emprestada. Deus deu a vida e agora estava tomando-a de volta (a esta devolução chamamos morte) exatamente no dia em que ele pensava em desfrutar do seu prazer acumulado. Em segundo lugar, não vai ter mais o tempo e nem o que acumulou, que vai ser desfrutado por outro. Em terceiro lugar, não se preparou para a morte. É como se Deus dissesse para ele: “veja o que você fez para si: trabalhou o tempo todo para acumular e não viveu a vida”. O pensamento de Deus acerca de pessoas que vivem apenas para acumular bens continua o mesmo.

Encerrando este episódio, Jesus diz a todos: “assim acontece com quem guarda para si riquezas, mas não é rico para com Deus” (v. 21). Quem viver e trabalhar pensando apenas em si mesmo, egoisticamente, perderá tudo, inclusive a própria vida. Aquele que vive a vida focado em Deus, amando-o de coração e obedecendo-lhe os mandamentos, cuidando de si e das outras pessoas, este está enriquecendo, na visão de Deus. Por toda a eternidade, vai valer o que Deus acha.

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