INCAPAZES DE DISCERNIR OS TEMPOS (1ª Parte)
INCAPAZES DE DISCERNIR O TEMPO DA 1ª VINDA DE JESUS
CRISTO
Os homens são
seres com grande capacidade de fazer previsões. O piloto do avião da
Chapecoense fez uma previsão de que o combustível seria suficiente para chegar
a seu destino. Não deu certo, infelizmente. Havia, nos anos 60 do século
passado, uma previsão de que o homem chegaria à Lua. Apesar das imensas
dificuldades, a previsão estava correta. No texto total de Lucas 12.54-59,
Jesus fala acerca desta capacidade de previsão, mas a vê de um modo negativo. No
texto de Lucas 12.54-56, ele comenta
acerca da incapacidade humana de perceber o que Deus estava fazendo através
dele na sua primeira vinda.
O v. 54 começa
assim: “dizia ele (Jesus) à multidão”. O que ele vai falar em seguida não se
dirige aos seus discípulos, mas às multidões. Sendo um mestre famoso, Jesus
atraia a atenção de muitas pessoas que gostavam de ouvi-lo. O que ele disse à
multidão? “quando vocês veem uma nuvem se levantando no ocidente, logo dizem:
‘vai chover’, e assim acontece. E quando sopra o vento sul, vocês dizem: ‘vai
fazer calor’, e assim ocorre” (v. 54-55). O homem tem capacidades fantásticas
de prever alguns acontecimentos físicos futuros. O vento ocidental da qual
Jesus falava era o que vinha do mar e geralmente trazia chuva. O vento sul
vinha do deserto e trazia calor. Mas os homens sabiam discernir a direção dos
ventos e os eventos consequentes. E acertavam! O homem tornou-se especialista
em prever os tempos dos fenômenos da natureza. Com a ajuda da tecnologia
sofisticada que tem hoje, o nível de acerto é muito grande. Jesus diz que o
homem saber julgar muito bem tudo que lhe é externo e provém da natureza.
Mas aí vem a crítica
de Jesus em relação às multidões: “hipócritas! Vocês sabem interpretar o
aspecto da terra e do céu. Como não sabem interpretar o tempo presente?” (v.
56). Para entender o significado deste versículo tenho que explicar que, na
língua grega original do Novo Testamento, há duas palavras para tempo: cronos e kairós. Cronos é a
sucessão de eventos e pode ser medido em horas, dias e anos; dela vem nossa
palavra “cronologia”. Kairós é o
tempo certo de um acontecimento, a oportunidade, o tempo em que algo importante
é feito. Cronos é você viver as vinte
e quatro horas de um dia com seus afazeres. Kairós
é, naquele dia, você receber a notícia de que foi promovido para um cargo de
chefia na empresa. A palavra que Jesus usa no v. 56 não é cronos e sim kairós. Literalmente,
no v. 56, Jesus está dizendo assim: “hipócritas! A face da terra e do céu,
sabeis discernir; o kairós (tempo
certo), como não sabeis discernir?”.
O que Jesus
então disse às multidões? Em primeiro lugar, que elas discerniam muito bem
aspectos do mundo físico (por exemplo, previsão de chuva, tecnologias
avançadas, etc). Mas, em segundo lugar, as multidões eram péssimas para
discernir o kairós, o tempo certo de
Deus agir no mundo. A vinda de Jesus ao mundo é o kairós de Deus para a salvação de todo ser humano. Veja o que o
próprio Jesus diz em Marcos 1.14-15: “depois que João (Batista) foi preso,
Jesus foi para a Galiléia, proclamando as boas novas de Deus. ‘O tempo (kairós) é chegado’, dizia ele, ‘o Reino
de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas’”. A primeira vinda
de Jesus significa que Deus abriu uma maravilhosa oportunidade para salvar a
humanidade. Jesus na terra e na cruz é o grande kairós de Deus para todos.
Mas, o que as
multidões fazem? Apesar de ter visto tantos milagres e ouvido tantos ensinos,
elas são incapazes de discernir que, diante delas, está o enviado de Deus que
tira o pecado do mundo. Até hoje, as multidões de seres humanos têm uma
dificuldade intransponível de acreditar que, na cruz, Jesus pagou nossos pecados
e que a única atitude condizente com esta verdade é confiar exclusivamente nele
como salvador de nossas vidas. Pelo contrário, as multidões preferem continuar
crendo que são seus esforços pessoais em fazer o bem que lhes garantirão o céu
e a salvação eterna.
Quando Jesus se
referiu a esta atitude das multidões, chamou-as de “hipócritas”. Isto significa
que elas tinham condições de entender o kairós
de Deus que acontecia nele, mas não queriam aceitar isto. Portanto, não aceitar
que Cristo é o salvador é uma decisão humana que as multidões preferem tomar.
As multidões são responsáveis e culpadas por rejeitar a oferta de salvação de
Deus.
Saia do meio da
multidão! Perceba a imensa oportunidade (kairós)
que Deus lhe dá e entregue sua vida a Jesus Cristo para ser seu seguidor e
discípulo. Por decisão pessoal e íntima, discirna o tempo da primeira vinda de
Jesus. “Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas
para que este fosse salvo por meio dele. Quem nele crê não é condenado, mas quem
não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus”
(João 3.17-18).
Obrigada pastor.
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