O CUSTO DO DISCIPULADO DE JESUS (2ª Parte)
O CÁLCULO DE SER DISCÍPULO DE JESUS
Hoje em dia,
fazemos cálculo para tudo. Calculamos quando vamos casar, quantos filhos
teremos, qual a profissão mais rentável conforme as aptidões, quando e em que condições
vamos aposentar, etc. O cálculo faz parte da vida. No entanto, para algumas
escolhas da vida, parece que não fazemos cálculo algum: apaixonar-se, torcer
por algo, escolher religião ou não tê-la, etc. Estas escolhas parecem não
envolver a razão, apenas as emoções. Quando nos fala acerca de seu discipulado,
o Senhor Jesus apresenta a necessidade de colocar a família e a própria vida em
segundo plano (Lucas 14.25-27). Em continuação, ele diz que, para alguém ser
discípulo dele, precisa fazer um cálculo de vida. Vamos ver isto em Lucas 14.28-33.
Para falar do
cálculo do discipulado, Jesus conta duas estórias. A primeira é de uma pessoa
que resolve construir uma torre: “qual de vocês, se quiser construir uma torre,
primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente
para completá-la? Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos
os que a virem rirão dele, dizendo: ‘este homem começou a construir e não foi
capaz de terminar” (v. 28-30). A torre era algo comum naquela época em
plantações e para defesa. Jesus diz que é natural para construir, fazer o
cálculo do preço. Hoje em dia, se alguém constrói uma casa, tem de fazer o
orçamento e sabe que, na prática da construção, o custo será maior. O que Jesus
nos ensina é que segui-lo não pode ficar restringido apenas às emoções do tipo:
“que legal seguir Jesus” ou “Jesus é tudo para mim”. A pessoa tem de fazer um
cálculo do tipo: “se eu seguir Jesus posso perder muita coisa e até a minha
vida; eu quero isto para mim?”. O custo do verdadeiro discipulado de Cristo é
pesado. As pessoas pensam que seguir Jesus é só receber coisas boas. Jesus está
dizendo que tem de dar tudo para ele! É por este motivo que muita gente que se
diz seguidora de Jesus não é verdadeiro discípulo. Fica tudo na base da emoção,
mas não da dura realidade da vida. O que acontece com o homem que não calculou
para construir a torre? Ficou no alicerce e passou vergonha diante das pessoas.
O que acontece com a pessoa que aceita seguir a Jesus porque espera que ele vá
abençoá-la com todo tipo de bênçãos materiais? Vai passar vergonha porque não
vai conseguir muita coisa que deseja e vai abandonar este “Jesus fraco que não
me dá nada” por qualquer outra religião, ideologia ou consumismo. Pergunto a você,
leitor? Não acontece isto com quem abandona o evangelho? A pessoa não começa a
sentir vergonha da fase em que ele seguia “este tipo de Jesus”? E não começa a fazer
tudo diferente do que aprendera antes?
A segunda
estória é de um rei: “ou, qual é o rei que, pretendendo sair à guerra contra
outro rei, primeiro não se assenta e pensa se com dez mil homens é capaz de
enfrentar aquele que vem contra ele com vinte mil? Se não for capaz, enviará
uma delegação, enquanto o outro ainda está longe, e pedirá um acordo de paz”
(v. 31-32). Enquanto na primeira história, a situação era de terminar uma
construção, aqui a situação é mais séria, pois o rei pode perder seu reino, a
própria vida e a vida de seus soldados. É crucial para este rei que ele faça um
cálculo se dá para guerrear ou não. Se não der, em seu interior, tem de tomar a
decisão de desistir. Assim é o discipulado de Jesus: é sua vida que está em
risco. Não seguir Jesus significa fazer tudo que você quiser a seu favor.
Seguir a Jesus significa abrir mão de tudo em favor dele. Não é possível seguir
a Jesus por tradição, ascensão social ou imposição. Ou é uma decisão bem
calculada no coração ou é nada.
Jesus conclui: “da
mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo que possui não pode ser
meu discípulo” (v. 33). Se antes Jesus falou de abandonar família e a própria
vida em favor dele, agora fala dos bens que uma pessoa possui. Ou você é
discípulo de Jesus e renuncia a seus bens como objetivo de vida, ou você nem
entra no discipulado para não desistir amanhã. Para uma sociedade consumista
como a nossa, onde ter é mais importante que ser, as palavras de Jesus são uma
chamada a uma guinada espetacular na vida.
Seguir a Jesus
custa um alto preço na vida. Você tem de calcular se vale a pena. Se não valer,
não se intrometa no discipulado. Mas, se achar que Jesus vale mais que seus
bens e sua vida, comece a caminhada. Você estará com poucos ao seu lado, pois
esta nossa geração não quer abrir mão de seus “direitos” quando pensa em Jesus.
Aí se cumpre um texto do profeta Isaías: “o Senhor diz: ‘este povo se aproxima
de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim’”
(Isaías 29.13).
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