Pesquisar neste blog

Lucas 14.28-33 - O CÁLCULO DE SER DISCÍPULO DE JESUS

O CUSTO DO DISCIPULADO DE JESUS (2ª Parte)
O CÁLCULO DE SER DISCÍPULO DE JESUS

Hoje em dia, fazemos cálculo para tudo. Calculamos quando vamos casar, quantos filhos teremos, qual a profissão mais rentável conforme as aptidões, quando e em que condições vamos aposentar, etc. O cálculo faz parte da vida. No entanto, para algumas escolhas da vida, parece que não fazemos cálculo algum: apaixonar-se, torcer por algo, escolher religião ou não tê-la, etc. Estas escolhas parecem não envolver a razão, apenas as emoções. Quando nos fala acerca de seu discipulado, o Senhor Jesus apresenta a necessidade de colocar a família e a própria vida em segundo plano (Lucas 14.25-27). Em continuação, ele diz que, para alguém ser discípulo dele, precisa fazer um cálculo de vida. Vamos ver isto em Lucas 14.28-33.
Para falar do cálculo do discipulado, Jesus conta duas estórias. A primeira é de uma pessoa que resolve construir uma torre: “qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os que a virem rirão dele, dizendo: ‘este homem começou a construir e não foi capaz de terminar” (v. 28-30). A torre era algo comum naquela época em plantações e para defesa. Jesus diz que é natural para construir, fazer o cálculo do preço. Hoje em dia, se alguém constrói uma casa, tem de fazer o orçamento e sabe que, na prática da construção, o custo será maior. O que Jesus nos ensina é que segui-lo não pode ficar restringido apenas às emoções do tipo: “que legal seguir Jesus” ou “Jesus é tudo para mim”. A pessoa tem de fazer um cálculo do tipo: “se eu seguir Jesus posso perder muita coisa e até a minha vida; eu quero isto para mim?”. O custo do verdadeiro discipulado de Cristo é pesado. As pessoas pensam que seguir Jesus é só receber coisas boas. Jesus está dizendo que tem de dar tudo para ele! É por este motivo que muita gente que se diz seguidora de Jesus não é verdadeiro discípulo. Fica tudo na base da emoção, mas não da dura realidade da vida. O que acontece com o homem que não calculou para construir a torre? Ficou no alicerce e passou vergonha diante das pessoas. O que acontece com a pessoa que aceita seguir a Jesus porque espera que ele vá abençoá-la com todo tipo de bênçãos materiais? Vai passar vergonha porque não vai conseguir muita coisa que deseja e vai abandonar este “Jesus fraco que não me dá nada” por qualquer outra religião, ideologia ou consumismo. Pergunto a você, leitor? Não acontece isto com quem abandona o evangelho? A pessoa não começa a sentir vergonha da fase em que ele seguia “este tipo de Jesus”? E não começa a fazer tudo diferente do que aprendera antes?
A segunda estória é de um rei: “ou, qual é o rei que, pretendendo sair à guerra contra outro rei, primeiro não se assenta e pensa se com dez mil homens é capaz de enfrentar aquele que vem contra ele com vinte mil? Se não for capaz, enviará uma delegação, enquanto o outro ainda está longe, e pedirá um acordo de paz” (v. 31-32). Enquanto na primeira história, a situação era de terminar uma construção, aqui a situação é mais séria, pois o rei pode perder seu reino, a própria vida e a vida de seus soldados. É crucial para este rei que ele faça um cálculo se dá para guerrear ou não. Se não der, em seu interior, tem de tomar a decisão de desistir. Assim é o discipulado de Jesus: é sua vida que está em risco. Não seguir Jesus significa fazer tudo que você quiser a seu favor. Seguir a Jesus significa abrir mão de tudo em favor dele. Não é possível seguir a Jesus por tradição, ascensão social ou imposição. Ou é uma decisão bem calculada no coração ou é nada.
Jesus conclui: “da mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo que possui não pode ser meu discípulo” (v. 33). Se antes Jesus falou de abandonar família e a própria vida em favor dele, agora fala dos bens que uma pessoa possui. Ou você é discípulo de Jesus e renuncia a seus bens como objetivo de vida, ou você nem entra no discipulado para não desistir amanhã. Para uma sociedade consumista como a nossa, onde ter é mais importante que ser, as palavras de Jesus são uma chamada a uma guinada espetacular na vida.

Seguir a Jesus custa um alto preço na vida. Você tem de calcular se vale a pena. Se não valer, não se intrometa no discipulado. Mas, se achar que Jesus vale mais que seus bens e sua vida, comece a caminhada. Você estará com poucos ao seu lado, pois esta nossa geração não quer abrir mão de seus “direitos” quando pensa em Jesus. Aí se cumpre um texto do profeta Isaías: “o Senhor diz: ‘este povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim’” (Isaías 29.13).

Nenhum comentário:

Postar um comentário