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Lucas 15.1-3 - O HOMEM QUE AMOU OS PECADORES

O HOMEM QUE AMOU OS PECADORES

O povo de Israel da época de Jesus tinha convenções sociais bem definidas. Havia uma elite político-religiosa que se achava “santa” porque cumpria a lei de Moisés. Havia uma parte do povo que procurava seguir as orientações desta liderança, mas uma grande parte dele não cumpria as orientações dela porque era impraticável. E havia grupos marginalizados como os cobradores de impostos (publicanos), prostitutas e “pecadores” que eram pessoas de conduta moral reprovável. Em Lucas 15 chegamos ao auge das parábolas deste evangelho. Três parábolas importantíssimas para explicar o amor de Deus pelos pecadores através de Cristo: a ovelha perdida, a moeda perdida e os filhos perdidos. Mas estas parábolas só são contadas por causa de Lucas 15.1-3.
O v. 1 diz: “todos os publicanos e pecadores estavam se reunindo para ouvi-lo”. Jesus era benquisto pela ralé social de Israel. Publicanos eram cobradores de impostos que, além de cobrar imposto para uma potência estrangeira, ainda extorquiam os contribuintes, sendo muito corruptos. Estes odiados corruptos (lembre-se que não havia Operação Lava-Jato naquela época) e os “pecadores”, que eram todas as pessoas classificadas com desvio de conduta moral: prostitutas, gente que não honrava a palavra, gente que não obedecia à lei de Moisés, fornicadores, etc, estavam se ajuntando para ouvir o que Jesus dizia. O que estava acontecendo com esta gente ao ouvir Jesus, nós não sabemos. O que sabemos é que todos, não um ou dois, estavam interessados em ouvir o que ele tinha a dizer. Lembra-se de 14.35? “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Pois era esta gente que estava ouvindo. Por seu lado, Jesus gostava de ensinar este povo. Os mestres da época de Jesus não os ensinavam de jeito nenhum. Isto era considerado um demérito para eles. Jesus nem se importava com este tipo de julgamento, pois os ensinava constantemente.
Do outro lado sóciorreligioso, estavam os fariseus e mestres da lei. Veja como eles se movimentaram sobre isto: “mas os fariseus e os mestres da lei o criticavam: ‘este homem recebe pecadores e come com eles’” (v.2). Observe que estes grupos murmuravam e criticavam a atitude de Jesus. Eles se consideravam “santos” e jamais podiam se contaminar com o contato com “pecadores”. Eles ficaram escandalizados com o comportamento de Jesus. Como podia um mestre fazer o que Jesus fazia? Para eles era um comportamento totalmente absurso. Em que consistia a crítica deles? Em duas atitudes de Jesus: recebia e comia com os pecadores. Veja bem: Jesus não apenas ia à casa desta gente comer; também acontecia que Jesus preparava uma refeição para eles e convidava este tipo de gente (leitor: você teria esta coragem?). É este o sentido da palavra “recebe”. Naquela época, comer com convidados significava que o anfitrião tinha os convidados em alta honra para ele. Se Jesus convidava e também ia comer com eles, o significado era um só: Jesus honrava aquelas pessoas ruins. Jesus tinha com eles um estreito laço de comunhão. Conversava e sorria, ensinava e orientava. Jesus valorizava aquela gente. Jesus não apenas causou escândalo naquela época, mas continua causando hoje, pois há pessoas que não aceitam nem mesmo conversar com pessoas imorais.
O v. 3 diz: “então Jesus lhes contou esta parábola”. Antes de entrar na parábola (próximo texto), esta pequena frase diz o seguinte: a aproximação de Jesus a esta gente é intencional. Quando ele usa uma parábola para explicar sua conduta, ele está dizendo que confronta as convenções sociorreligiosas dos fariseus. Atitudes culturais que separam os seres humanos não são aceitas por Jesus. Mas, o mais importante na atitude de Jesus de aproximar-se dos “piores” é salvar este tipo de gente. Deus ama as pessoas marginalizadas, arrasadas, pervertidas e imorais. Enfim, Deus ama pecadores!

De que grupos sociais queremos nos afastar completamente? Dos gays? Dos viciados e traficantes? Das prostitutas? Dos imorais? Dos pedófilos? Dos presos? Dos corruptos? Das mulheres que abortam? Dos ladrões? Jesus não se afastou de nenhum deles, pelo contrário, foi ao seu encontro para lhes falar das boas novas da salvação e ser amigo deles. Você imita o seu mestre, ou não?

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