OS DEZ LEPROSOS (1ª Parte)
CLAMA POR MISERICÓRDIA
Há pessoas que
estão com a vida destroçada, arruinada: uma perda que mexeu com todo o seu ser,
um divórcio extremamente desgastante no sentido emocional, a rebeldia de filhos
que estão indo para a senda do crime ou das drogas, uma briga com um parente
que parece insuperável, etc. Amigos ou conselheiros dão orientações do tipo: “vai
passar com o tempo”, “aceite-se com esta situação”, “ se você vier na minha
igreja sete sextas-feiras tudo vai mudar”, etc. Dez leprosos nos ensinam o que
fazer em situações tristes como estas em Lucas
17.11-14.
O texto começa
assim: “A caminho de Jerusalém, Jesus passou pela
divisa entre Samaria e Galiléia” (v. 11). Jesus está em sua viagem de redenção
para Jerusalém, iniciada em 9.51. É a viagem em que ele vai implantar o Reino
de Deus com sua morte e ressurreição. Ele e seus discípulos estão na fronteira
entre Galiléia e Samaria. “Ao entrar num povoado, dez
leprosos dirigiram-se a ele. Ficaram a certa distância” (v. 12). Jesus
entra na aldeia e, em sentido contrário, vai saindo um grupo de dez leprosos
homens. Acreditava-se naquela época que a lepra era uma praga contagiosa. Desta
forma, a lei de Moisés determinava que os leprosos vivessem isolados das demais
pessoas, embora, entre si, pudessem viver juntos: “Enquanto
tiver a doença, estará impuro. Viverá separado, fora do acampamento”
(Levítico 13.46). Por este motivo, aquele grupo de homens excluídos parou a
certa distância de Jesus e dos demais. Mas eles pararam porque identificaram
Jesus.
Ao identificá-lo,
eles tomam uma atitude: “E gritaram em alta voz: ‘Jesus,
Mestre, tem compaixão de nós’” (v. 13). De longe, os dez leprosos
levantaram um clamor e a voz deles foi unânime. Chamaram pelo seu nome, Jesus,
e acrescentaram a expressão Mestre. Para eles, Jesus era alguém que tinha
autoridade em si mesmo para fazer o que quisesse. Em seguida, fazem um pedido
suplicante, quase uma ordem vinda do coração: “tenha compaixão de nós”. Aqui,
aqueles homens pegam no ponto fraco (ou forte?) de Jesus: a compaixão pelos que
sofrem! Rogam que ele tenha compaixão, piedade deles. É próprio do Senhor Jesus
sentir compaixão pelo homem na sua dor, pecado e miséria. Jesus nunca fica
impassível diante do pecador que clama por sua misericórdia.
“Ao vê-los, ele disse: ‘Vão mostrar-se aos sacerdotes’.
Enquanto eles iam, foram purificados” (v. 14). Jesus então os viu e
percebeu todo o drama que o grupo estava vivendo. Pensávamos que Jesus iria
tocá-los ou fazer uma cura imediata, mas não é isto que ele faz. Dá uma ordem
para ir e que deveriam mostrar-se a um sacerdote. Por quê? A lepra consistia
visualmente de manchas na pele. Para ficar curado, as manchas teriam de
desaparecer. Mas, somente um sacerdote poderia examinar e declarar legalmente
que um leproso estava curado de sua lepra. Sem esta declaração do sacerdote, um
homem não poderia provar sua cura. Quando Jesus os manda ir e mostrar-se ao
sacerdote, ele visa duas coisas: 1) a fé deles de que ele poderia curá-los,
pois deveriam ir sem a cura e deviam acreditar que a cura aconteceria antes de
chegar ao sacerdote e, 2) que eles tivessem sua inclusão social após ser
curados. Ou seja, a misericórdia e a graça de Jesus foram muito além do que
eles podiam estar imaginando. Quando Jesus restaura a vida de um homem, ele o
faz por completo, mesmo que em fases. Eles tiveram fé em Jesus e o obedeceram.
Ao caminhar, foram purificados de suas lepras.
Leitor, se você vive
um momento em que sente que sua vida está de pernas pro ar e tudo está sem
sentido, exorto você a clamar a Jesus por sua misericórdia. Peça-lhe compaixão,
piedade. Peça-lhe que o salve desta situação arrasadora. Creia que ele vai ajudá-lo.
Faça isto agora.
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