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Lucas 18.6-8 - A LONGANIMIDADE DE DEUS


O JUIZ VERSUS A VIÚVA (2ª Parte)
A LONGANIMIDADE DE DEUS

Acerca da necessidade de orar sempre e nunca desfalecer, Jesus contou a parábola do juiz e da viúva. O juiz, um homem poderoso e sem caráter, tinha o caso de uma pobre viúva para julgar. Como isto não ia lhe render nada, não fazia o menor esforço de colocar a causa dela em pauta. A viúva importunava o juiz todo dia, pedindo para executar a justiça em seu favor. Até que a paciência do juiz chegou ao limite e ele não aguentou mais: julgou a causa da viúva porque estava fazendo mal para ele ver e ouvir aquela mulher todo dia. Jesus faz uma aplicação da parábola em Lucas 18.6-8. Esta aplicação tem muitas interpretações e apresento para vocês aquela que achei melhor dentro do contexto.
Prosseguiu o Senhor: ‘Ouvi o que diz este juiz injusto. E não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que dia e noite clamam a ele, já que é longânimo para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça’” (v. 6-8a). Se um juiz humano injusto e sem-vergonha, teve medo da importunação de uma fraca viúva, que se dirá de Deus que é um juiz justo e um pai amoroso? “Não fará Deus justiça aos seus escolhidos?” Veja as ações de Deus descritas aqui. Em primeiro lugar, dentro da humanidade, há pessoas que Deus escolheu para lhe pertencer. No texto, estas pessoas são chamadas “seus escolhidos”. Veja o que o apóstolo Paulo diz em Efésios 1.4,5: “Como também nos elegeu nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele; e, em amor nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade”. Estas pessoas são amadas e cuidadas por Deus. Em segundo lugar, estas pessoas suplicam a Deus continuamente em seus sofrimentos: “dia e noite clamam a ele”. Deus está sempre ouvindo suas orações. Em terceiro lugar, Deus é longânimo, enquanto elas clamam: “já que é longânimo para com eles”. O que significa a longanimidade de Deus? A palavra grega para longanimidade é “makrothymia” que tem como um de seus significados “afastar a ira”, ou seja, os eleitos também são pecadores e Deus, na sua ira santa, deveria castigá-los antes mesmo de ouvi-los. Mas ele afasta a ira, a fim de ouvir, com coração compassivo, as suas súplicas. São escolhidos, mas ainda são pecadores nesta existência e, portanto, Deus é longânimo para com eles. Em quarto lugar, Deus executará justiça inesperadamente: “depressa lhes fará justiça”. Quando eles menos esperam, a justiça de Deus virá para vindicar a justiça deles. Observe que as duas vezes em que Deus faz justiça, os verbos estão no futuro: “fará justiça”. Ele ouve e ajuda, mas a justiça, em seu sentido amplo, está no futuro.
Quais as ações dos escolhidos? Primeira, eles clamam a Deus dia e noite em oração. Por que fazem isto? Porque sofrem injustiças por parte do mundo. Assim como a viúva sofria injustiça, eles também. Ao invés de fazer justiça com as próprias mãos ou abandonar a Cristo, eles oram persistentemente a Deus. Jamais param de confiar em Deus, mesmo que a situação piore! Ao orar, nunca se baseiam na justiça própria deles, pois sabem que não a têm, visto serem pecadores. Eles se apegam na longanimidade de Deus, que lhes é dada por pura graça. Eles creem que no tempo inesperado (ou depressa) de Deus, obterão a justiça que tanto desejam. Quem são os escolhidos? Pessoas pecadoras que creem em Jesus e o seguem, mas que, por causa dele, estão enfrentando muitos sofrimentos. Eles não desistem nunca de seguir e amar Jesus Cristo e sabem que, um dia, a sorte deles mudará completamente, pois são amados por Deus.
Jesus termina este texto com uma pergunta dramática: “Contudo quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (v. 8b). A pergunta é se, quando Cristo voltar pela segunda vez a este mundo, encontrará pessoas com estas atitudes descritas acerca dos escolhidos. Há uma resposta positiva a esta pergunta que vem da própria ação de Deus: em sua longanimidade, ele sempre ouvirá seus escolhidos. Mas, a força da pergunta pede uma resposta negativa: “não”! Quando ele voltar, haverá muitos “cristãos” que nada têm das características dos escolhidos: eles não oram, eles não se acham pecadores (pelo contrário, dirão abertamente que são boas pessoas), não confiarão em Deus quando vier as tribulações e eles abandonarão a Cristo porque não desejarão sofrer por ele. Ao se deparar com dias maus, estes “cristãos” darão adeus ao Senhor Jesus e seguirão seus próprios desejos. Paulo diz: “Porque chegará o tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, desejando muito ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo seus próprios desejos; e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão para as fábulas” (2º Timóteo 4.3,4). Isto já está acontecendo! Você vai seguir a corrente da apostasia e abandono de Cristo ou permanecerá firme na sua confiança no Deus longânimo?

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