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Lucas 22.1-6 A Alegria maligna em trair

 A ALEGRIA MALIGNA EM TRAIR

 

A figura de um traidor é sempre abjeta. O povo cunhou um termo: “traíra” e o usa como forma de xingamento a alguém. Na hora da traição, o traidor acha que se dá bem, mas depois ele é mal visto por todos que participam daquele grupo. Na história de Jesus há uma traição que vai levá-lo à morte. Vamos ver como isto se processou no texto de Lucas 22.1-6.

Aproximava-se a festa dos pães ázimos, que se chama a Páscoa. E os principais sacerdotes e os escribas andavam procurando um modo de o matar; mas temiam o povo” (v. 1,2). Na verdade, as duas festas eram separadas, mas como vinham juntas no calendário judeu, o povo considerava uma festa só. A Páscoa comemorava a grande libertação do cativeiro egípcio feita por Moisés. Os pães ázimos (sem fermento) o tempo de sofrimento que passaram. Os líderes religiosos importantes da época de Jesus eram: a liderança dos sacerdotes, dos escribas (pessoas que escreviam a Lei de Moisés a mão) e dos dois grupos religiosos fortes: saduceus e fariseus. Toda esta liderança, encabeçada pelos principais sacerdotes, estavam decididos a matar Jesus e atentos a uma oportunidade de prendê-lo. Observe que o ódio estava no coração desta gente. Eles queriam matar Jesus em nome de Deus. Pelo fato de Jesus não fazer parte do grupo deles e ensinar o oposto do que faziam, tinham ódio por Jesus. Ainda hoje, há líderes religiosos cristãos que ensinam o ódio pelos que são diferentes daqueles que os seguem. O problema daqueles principais sacerdotes era o povo. O povo amava Jesus, Jerusalém estava apinhada de gente de fora e eles temiam que, sendo Jesus preso, o povo se revoltasse e quebrasse tudo, inclusive eles. Queriam matar um homem justo, mas longe da vista do povo.

Mas as coisas começaram a dar certo para os principais sacerdotes, pois, do outro lado, no grupo apostólico de Jesus, algo terrível estava acontecendo: “Entrou então Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, que era um dos doze” (v. 3). Além dos sacerdotes, havia um outro, bem mais pérfido, que desejava a morte de Jesus. Satanás, esta figura tinhosa, estava trabalhando na esfera espiritual para derrotar Jesus. Ele agia através dos líderes religiosos e percebera que encontrava uma brecha no coração de Judas Iscariotes. Por esta brecha, entrou! O objetivo de Satanás era derrotar Jesus, levando-o à morte e assim vencê-lo. Ele não fazia a menor ideia do que Deus pretendia fazer na cruz de Jesus. Judas era um dos doze apóstolos. Ele devia estar muito insatisfeito com a atuação de Jesus. Talvez esperasse que Jesus tomasse o poder político e militar em Israel e ele apareceria como o ministro da fazenda, já que era o tesoureiro do grupo. Seria poderoso e ficaria muito rico. Judas gostava muito de dinheiro. Veja o que ocorreu quando, na casa de Lázaro, Maria derramou um perfume caríssimo nos pés de Jesus: “Mas Judas Iscariotes, um de seus discípulos, aquele que o havia de trair disse: ‘Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?’ Ora, ele disse isto, não porque tivesse cuidado dos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, subtraía o que nela se lançava” (João 12.4-6). Se no pouco, ele era assim, imagine este homem como ministro da fazenda do governo de Jesus em Israel. Ia ser uma festa. Uma coisa é certa: Judas amava mais o dinheiro e a si próprio do que a Jesus.

E foi ele tratar com os principais sacerdotes e com os capitães de como lho entregaria” (v. 4). Judas foi decidido negociar com os sacerdotes-chefes e os capitães do templo que seriam os comandantes dos policiais na prisão de Jesus. A grande conversa ali era como Judas o entregaria a eles, de tal forma que pudesse ser morto. É impressionante a atuação de Judas. Ele estava se deixando dominar por atitudes e sentimentos malignos contra seu mestre. Ele recebera tanto bem da parte de Jesus. O Senhor o colocara na alta posição de apóstolo e dera a ele todo poder e honra que dera aos demais. Jesus o amou como amou os outros. Agora, ele pagava todo o bem com sua própria maldade.

Eles se alegraram com isso e convieram em lhe dar dinheiro. E ele concordou, e buscava ocasião para lho entregar sem alvoroço” (v. 5,6). Os líderes religiosos ficaram muito contentes pela porta aberta para eles de, finalmente, porem as mãos em Jesus. Veja a alegria macabra de matar um homem bom! Segundo Lucas, foi decisão deles dar dinheiro a Judas. Segundo Mateus 26.14,15, Judas pediu dinheiro. De qualquer forma, o acerto para a traição sempre envolveu dinheiro e Judas ficou contente com isto. Agora, os líderes não se preocupavam mais com a prisão de Jesus, porque Judas assumiu esta tarefa. Ele buscava ansiosamente uma boa oportunidade de entregar Jesus e seu grande obstáculo a superar era o mesmo dos líderes: o povo! Jesus teria de ser entregue sem a presença do povo.

Judas nos mostra que podemos sentir uma alegria terrível quando fazemos o mal. Quando sinto alegria maligna no meu coração? Quando desejo fazer o mal a pessoas boas só porque não gosto delas. Quando traio cônjuge, família e amigos. Quando gosto que um grupo agrida pessoas que considero detestáveis. Quando ganho dinheiro ou poder fazendo algo errado ou cometendo um crime. Quando derroto um inimigo. Quando me vingo e digo para a pessoa: “Tá vendo? Quem mandou se meter comigo”. Ao sentir alegria nestes casos, um outro ser dá gargalhadas comigo ... e de mim!

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