GLÓRIA E PAZ
Certa vez, em uma das igrejas da qual fui
pastor, fizemos uma pesquisa no bairro para detectar quais as necessidades da
comunidade e ver no que poderíamos ajudar. A última pergunta da pesquisa era de
cunho pessoal. Ela dizia: “o que você mais deseja para si?” Cerca de 90% dos
entrevistados responderam com uma palavra: “paz”. Este é o grande anseio das
pessoas na sociedade violenta e desumana na qual vivemos. Por falta de paz,
milhares de pessoas estão suicidando-se hoje. O texto de Lucas 2.13-14 fala-nos como podemos conseguir a paz tão desejada.
Depois
que o anjo anunciou o nascimento de Jesus Cristo (v. 10, 11), os pastores viram
uma multidão imensa, inumerável de anjos (v. 13). Era um verdadeiro exército,
mas não de guerra e sim de paz. Todos eles vêm com uma só missão: adorar o
menino que tinha nascido em Belém. Enquanto a humanidade seguia ignorante
acerca do feliz acontecimento daquela noite, os anjos prorrompiam em louvor a
Deus. Os anjos de Deus alegram-se pela salvação dos homens, operada por Cristo
Jesus. Eles louvam Deus pelo que ocorreu num curral de Belém.
Um
coro imenso de anjos canta um hino composto por duas estrofes (v. 14). Como
deve ter sido linda a música que os pastores ouviram! A primeira estrofe do
hino diz: “glória a Deus na mais alta posição”. O nascimento de Jesus produz
uma profunda glória a Deus. Ele é exaltado acima de tudo e de todos. Bem mais
que a feitura de um sol ou uma galáxia, mais que a formação de um animal,
planta ou um ser altamente sofisticado como é o homem, o fato de Deus Filho
tornar-se também homem é de um poder, uma sabedoria e um amor tão grande que
não temos condições de aquilatar. O plano de Deus Pai de salvar a humanidade
foi colocado em marcha. Deus merece ser louvado!
A segunda estrofe diz: “e sobre a terra,
paz nos homens que são desejados para o bem (por Deus)”. Observe, em primeiro
lugar, que a paz na vida dos homens provém da glória de Deus. Quando Deus é
honrado na vida das pessoas, quando ele ocupa o centro da existência dos seres
humanos, então há paz nos homens. Ninguém encontrará paz no seu ser senão
quando, encontrando-se com Jesus Cristo, decide que vai viver para honrar Deus.
Quando o ser humano ignora Deus, blasfema dele, não obedece aos seus mandamentos,
o que lhe sobra é a angústia, o desespero e um profundo sentimento de vazio. Aqueles
que vivem uma vida muito angustiada são pessoas para quem Deus nada significa.
Quão diferente é a vida daquele que glorifica a Deus: há propósito em viver, há
segurança, há paz.
Para entendermos uma segunda lição desta
segunda estrofe do hino dos anjos, eu preciso corrigir uma tradução. Neste
versículo, firmou-se a seguinte tradução: “paz na terra aos homens de boa
vontade”. Há um erro nesta tradução. No texto grego do Novo Testamento (língua
original em que foi escrito o texto bíblico) a “boa vontade” não é dos homens,
mas de Deus. Traduzindo um pouco mais literalmente temos: “paz nos homens que
são desejados para o bem (por Deus)”. A paz está apenas nos homens que Deus
deseja para o bem. Há pessoas que Deus chama com propósitos de salvação. Há
pessoas com quem Deus vai marcar um encontro através de Jesus. Deus deseja
estas pessoas para si e vai fazer a elas todo o bem de seu coração paterno.
Este encontro se dá quando a pessoa decide seguir a Jesus e recebe-o como seu
salvador e Senhor. O encontro de Deus com estes que ele ama chama-se conversão
a Jesus. Preste atenção: deste encontro, vem a paz! Paz com Deus, paz consigo
mesmo e paz com os outros.
Leitor, falo com você que vive angustiado
e já pensou em suicidar-se. Viver tornou-se um fardo tão pesado que pensa que,
fugindo da vida, pelo menos terá descanso. Tudo acabará. Ouça! Você pode mudar
radicalmente sua situação e experimentar uma paz que nunca acabará, sejam quais
forem as circunstâncias. Esta mudança radical consiste em correr para os braços
do Pai através de um encontro pessoal e decidido com o Senhor Jesus. Faça uma
oração e, com suas palavras, peça a Jesus que se revele a você e mude sua vida.
Peça a ele que lhe dê a paz que ele prometeu aos que o seguissem: “deixo-vos a
paz; a minha paz vos dou” (João 14.27).
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