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Lucas 08.9-10 - A GRAÇA E O DESEJO

A GRAÇA E O DESEJO

Por que alguns se encontram com Cristo e são salvos? Por que a grande maioria o rejeita? Por que uma pessoa passa a vida inteira em várias religiões à procura de Deus e não o encontra? Por que outra, que nunca procurou, tem um encontro transformador na vida? Estas são perguntas inquietantes que tentamos responder. Penso que Jesus tratou um pouco acerca disto no texto de Lucas 8.9,10.
Jesus contou a parábola do semeador para uma multidão que foi ouvi-lo (Lucas 8.4-8). Terminada a parábola, ele encerra seu discurso com uma frase intrigante: “quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (v. 8). Obviamente, Jesus não falava de ouvir no sentido físico. Se fosse assim, não precisaria ter dito nada, pois os surdos não o ouviriam mesmo. Ele falou metaforicamente acerca de um desejo que cada pessoa teria ou não de ouvir o que ele diz, de crer e relacionar-se com ele. Dispersada a multidão, quando estavam apenas Jesus e seus discípulos, estes lhe perguntaram pela interpretação da parábola do semeador (v. 9). A multidão ouviu a palavra e se deu por satisfeita; os discípulos entenderam que havia algo mais naquela estória e tinham o desejo de procurar saber.
Jesus responde a eles da seguinte forma: “a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus; mas aos outros se fala por parábolas; para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam” (v.10). Jesus fala como intérprete do Pai. Contou a estória do semeador e vai interpretá-la. Jesus começa dizendo que a eles, os discípulos, foi dado conhecer. Somente os que se tornam discípulos de Jesus podem conhecer aquilo que vem de Deus. Da parte dos discípulos, há um desejo por Jesus Cristo; da parte de Deus, há graça para fazê-los conhecer os seus intentos. O conhecimento que salva não foi conquistado por eles com um intelecto privilegiado, mas foi recebido de bom grado pela fé. Podemos conhecer intelectualmente e por experiência. Uma pessoa que olha a cidade de Paris pela internet pode dizer “eu conheço Paris”; uma pessoa que morou vários anos naquela cidade também vai dizer “eu conheço Paris”. Você tem alguma dúvida acerca de qual dos dois conhece realmente a cidade? A pessoa que, intelectualmente, tem informações acerca de Deus, em verdade, não o conhece. A pessoa que se submete a ele e relaciona-se com ele, esta o conhece.
O que os discípulos de Jesus conhecem? Os mistérios do reino de Deus! Os ensinos de Deus são misteriosos para nós. Cito alguns: quem, em sã consciência, proporia que o caminho da salvação da humanidade seria pela morte de um homem numa cruz? Quem, em seu perfeito juízo, imaginaria que o Deus Eterno viria ao mundo e se tornaria um homem como nós? Quem jamais pensou que a salvação não seria alcançada por nossos bons esforços, mas unicamente pela confiança total em uma pessoa chamada Jesus de Nazaré? Nós, que seguimos Jesus, conhecemos, por experiência, todas estas verdades. No entanto, elas continuam a ser mistérios para nós! Ao meditarmos nestas verdades, continuamos de boca aberta pela grande sabedoria de Deus.
Os demais ouvirão as mesmas parábolas e ensinamentos da Bíblia, mas não compreenderão. E por que “vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam”? Por dois motivos: 1º) a compreensão é dada por Deus e Deus não lhes dá esta compreensão; 2º) eles não têm o desejo de ver/compreender. Para compreender os mistérios do reino de Deus é preciso ter desejo por ele. É necessário amar a Jesus de todo coração e desejar segui-lo como o Senhor da vida. Sem isto, ninguém conhecerá Deus. As parábolas e demais ensinos da Bíblia são uma espécie de código secreto do Reino de Deus: todos poderão ler e ouvir, mas só os discípulos, porque são discípulos, entenderão!

Há uma música gospel de sucesso que diz assim: “por que me resgatou? Por que me trouxe aqui? Por que me queres Deus tanto assim?”. Outra música mais antiga diz: “não sei por que de Deus o amor a mim se revelou; por que razão o Salvador pra si me resgatou”. Não entendemos os benditos mistérios de Deus, mas vivemos neles com imensa alegria e prazer como discípulos de nosso Senhor Jesus Cristo.

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