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Lucas 09.21-22 - MORTE E RESSURREIÇÃO COMO IDENTIDADE DE CRISTO

A IDENTIDADE DE JESUS
2ª PARTE: MORTE E RESSURREIÇÃO COMO IDENTIDADE DE CRISTO

A identidade também é formada ao longo da vida, pelo que a pessoa faz. Pessoas que se dedicam ao crime acabam formando uma personalidade maligna, horrorosa. Pessoas devotadas ao bem se tornam lindas, atraentes. No entanto, para todos, há um evento que aniquila a identidade (em termos terrenos): a morte. Neste mundo, não há mais identidade em um cadáver. Em relação a alguém falecido, só falamos dele no passado. Mas, para apenas uma pessoa na história, a morte foi incorporada como identidade: Jesus Cristo! A morte não acabou com ele, mas tornou-se parte integrante de quem ele é. Veja isto no texto de Lucas 9.21-22.
Pedro, falando em nome do grupo apostólico, disse que Jesus era o Cristo/Messias de Deus (v. 20). A palavra “Messias” em Israel tinha conotação político-nacionalista-religiosa. Se eles saíssem daquele lugar dizendo que Jesus era o Messias, rapidamente o povo se uniria com Jesus para lutar contra os dominadores romanos. Jesus não queria que isto acontecesse até porque sua visão de “Messias” era muito diferente. Daí Jesus adverti-los severamente a não comentar acerca desta conversa com ninguém (v. 21). O importante para Jesus é que seus discípulos saibam quem ele é; o restante pense o que quiser.
Logo depois deste diálogo, Jesus diz que tipo de Cristo/Messias ele é. Pela primeira vez, ele diz claramente a seus apóstolos o que vai acontecer com ele. Interessante, só diz isto depois que eles afirmam claramente sua fé nele como o Cristo. Ele diz assim: “é necessário que o Filho do homem sofra muitas coisas e seja rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, seja morto e ressuscite no terceiro dia” (v. 22). Jesus fala de quatro acontecimentos que vão acontecer com ele. Mas, antes de citar os acontecimentos, ele diz que “é necessário” que eles ocorram. Necessário significa algo que não pode deixar de ser. Exemplo: o rapaz passa num concurso público em que vai ganhar muito bem. O edital diz que, para ele tomar posse, é necessário apresentar determinados documentos. Não tem jeito: ou ele leva todos os documentos requeridos ou não toma posse. O que ia acontecer com Jesus não é acaso, mas necessidade existencial. O ser humano Jesus existiu para estes acontecimentos. O Deus Filho veio ao mundo para experimentar a morte na cruz e ressuscitar. Sem estes acontecimentos, ele não desceria do céu e se tornaria um de nós!
Quais são os quatro acontecimentos necessários na vida de Jesus? O primeiro é: muito sofrer. A Bíblia chama Jesus de “homem de dores e experimentado no sofrimento” (Isaías 53.3). Ninguém sofreu tanto como Jesus: a crucificação era a forma mais dolorosa de matar um ser humano; na cruz, um homem santo “foi feito pecado por nós” (2ª Coríntios 5.21); na cruz, o Deus Pai aplica toda sua ira contra o pecado humano em seu próprio Filho. O muito sofrer de Jesus é um sofrimento pascal: “eis o Cordeiro de Deus (que deve ser imolado) que tira o pecado do mundo” (João 1.29). Se você acha que teve uma vida muito sofrida, olhe para Jesus: ele sofreu muito mais que você!
O segundo acontecimento: ser rejeitado. Ele foi examinado e rejeitado: “Jesus não é o que diz ser”, disseram seus examinadores. E quem o examinou e rejeitou? Os líderes religiosos, os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei. Ou seja, a elite religiosa de Israel rejeitou Jesus. Os melhores homens de Israel o reprovaram. Foram eles que organizaram sua condenação à morte. A sabedoria deste mundo recusou o Cristo de Deus.
O terceiro acontecimento: ser morto, assassinado. A morte de Jesus é consequência de quem ele é, do seu tipo de vida. Jesus veio para ser morto. Sua morte é necessária para trazer toda a criação de volta para Deus, inclusive você! É somente pela morte de Jesus na cruz que você tem acesso ao Pai.
O quarto acontecimento: ressuscitar no terceiro dia. Aleluia! Faz parte da identidade de Jesus vencer a morte definitivamente. Antes de morrer, ele havia dito que ressuscitaria. E tudo se cumpriu numa manhã de domingo! O Jesus a quem servimos não está morto numa cruz, mas vivo.

O binômio morte/ressurreição identifica Jesus. Quero que você observe como ele se apresenta a seu apóstolo João, cerca de 60 anos depois de sua morte, no livro do Apocalipse: “quando o vi (a Jesus) caí aos seus pés como morto. Então ele colocou sua mão direita sobre mim e disse: ‘não tenha medo. Eu sou o Primeiro e o Último. SOU AQUELE QUE VIVE. ESTIVE MORTO MAS AGORA ESTOU VIVO PARA TODO O SEMPRE’” (Apocalipse 1.17-18). Jesus apresenta-se como aquele que esteve morto mas vive agora para sempre. A morte dele faz parte do seu ser. A ressurreição faz parte de quem ele é. Jesus é o único homem que incorporou a própria morte na sua identidade. Mas venceu a morte: nada derrota Jesus, o Cristo!

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