A GRANDE JORNADA
A Bíblia contém
quatro livros que narram a história de Jesus: Mateus, Marcos, Lucas e João.
Estes livros são chamados “evangelhos” que significam “boas notícias”. Três
destes evangelhos tem uma maneira muito semelhante de contar a vida de Jesus.
São eles: Mateus, Marcos e Lucas. Por causa disto, eles são chamados
“evangelhos sinóticos”, ou seja, “mesma visão”. Os estudiosos do Novo
Testamento dizem que Marcos foi escrito primeiro e que, tanto Mateus quanto
Lucas, separadamente, tiveram acesso a Marcos. No evangelho de Lucas, existe um
longo trecho que só Lucas tem. Este trecho vai de 9.51 a 19.48. Ele é chamado
de “narrativa da viagem”. Este trecho fala da última viagem que Jesus fez com
seus apóstolos da Galiléia para a cidade de Jerusalém na região da Judéia
(cerca de 150 Km de distância). A narrativa da viagem é a única na qual
encontramos parábolas como a do filho pródigo, do bom samaritano, do rico
insensato, da porta estreita, da ovelha e da moeda perdidas, do administrador
astuto, da viúva persistente, do fariseu e do publicano e histórias e ensinos
como a de uma torre que caiu, Jesus na casa de um fariseu, o preço do
discipulado, o rico e Lázaro, Zaqueu, entre outras. Ou seja, se Lucas não
tivesse registrado esta “narrativa da viagem” em seu livro, nós perderíamos
muito dos mais belos ensinos de Jesus. Valeu Lucas, escritor inspirado por
Deus! Hoje vamos analisar Lucas 9.51,
o versículo que dá início a esta narrativa maravilhosa.
“Aproximando-se
o tempo em que seria elevado aos céus, Jesus partiu resolutamente para
Jerusalém” (v. 51). Jesus tinha um tempo de ministério que estava chegando ao
fim. Por cerca de três anos, ele pregou o evangelho, ensinou, curou os
enfermos, expulsou os demônios, preparou os discípulos e anunciou o Reino de
Deus. Estava cumprindo corretamente sua missão. Agora, aproximava-se o tempo em
que seria elevado aos céus. A expressão “elevado aos céus” pode ter três
significados (ou todas elas): sua morte na cruz, sua ressurreição dos mortos ou
sua ascensão aos céus. A maioria dos estudiosos, e eu também, entendemos que
Lucas referia-se à ascensão de Jesus aos céus, após sua morte e ressurreição. Se
este entendimento for o correto, então, embora a cruz de Jesus seja central na
sua missão (e ele teria de passar pela cruz), ela não é toda a missão. Para
Deus, tudo teria de ser cumprido na vida de Jesus: ele morreria, ressuscitaria
e voltaria para sua companhia no céu com muita glória. Desde a eternidade,
sempre houve um plano de Deus Pai para Jesus que não acabava na cruz e sim no
céu. Da mesma forma, Deus tem um plano na sua vida, querido leitor, que não
termina na sua morte. Busque, através da oração, conhecer o plano dele para
você e dedique-se a cumpri-lo da mesma forma que Jesus fez. Se fizer isto, o
plano de Deus lhe leva para o céu.
Deus tinha um
plano para Jesus e ele, como respondeu ao plano de Deus? O texto diz que Jesus
“partiu resolutamente” para Jerusalém. Jesus assumiu esta missão como sendo sua
vida e não titubeou ou ficou com medo de cumpri-la. Resolutamente, com decisão,
com coragem, decidiu cumprir a vontade de Deus e sua vontade também. Em Jesus
Cristo, resolve-se o paradoxo soberania divina e liberdade humana.
Jesus não era um
idealista que apenas desejava fazer coisas boas. Ele arregaçou as mangas e foi
atrás de cumprir sua missão. Deu os primeiros passos na grande e última jornada
a Jerusalém sabendo muito bem o que o aguardava lá. Não basta termos desejos
bons na vida se não caminhamos resolutamente em direção a eles.
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