O RECEBIMENTO E A REJEIÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS (1ª
Parte)
GRUPOS HUMANOS TAMBÉM FAZEM ESCOLHAS
Li, há algum
tempo atrás, o testemunho de um missionário brasileiro que foi evangelizar na
Índia. Ele treinou líderes indianos em todos os estados daquele país e
organizou centenas de células de evangelização. Segundo ele, alguns estados da
Índia eram muito acessíveis ao evangelho, tanto que havia muitas decisões por
Cristo e rápida expansão. Outros estados eram muito resistentes, a ponto do
trabalho não crescer e os líderes serem perseguidos. Os homens formam grupos
humanos: um país, um estado, uma cidade, uma empresa, uma igreja, um bairro,
uma escola, uma família, etc. Muitas vezes, um grupo humano age como se fosse
uma pessoa e todos os membros daquele grupo assumem a mesma postura. Jesus nos
fala de grupos humanos tomando decisões espirituais em Lucas 10.8-16. Hoje,
veremos a primeira parte que é Lucas
10.8-12.
Nos v. 5-6,
Jesus falou acerca de decisões individuais em relação à sua mensagem. A
salvação é individual. No texto atual, Lucas 10.8-12, ele fala da reação das
cidades à mensagem do evangelho. No v. 8, ele diz: “quando entrarem numa cidade
e forem bem recebidos...” e no v. 10: “mas quando entrarem numa cidade e não
forem bem recebidos...”. O pressuposto de Jesus é que a cidade (um grupo humano
coeso) toma uma atitude como se fosse uma pessoa. É por este motivo, que, em
alguns lugares, a pregação do evangelho deslancha e, em outros, demora muito ou
nem acontece. Um agrupamento humano (cidade, bairro, empresa, família, etc)
toma atitudes e a grande maioria de seus membros acata.
O que devem os
discípulos fazer quando a cidade for receptiva? Vejam os v. 8,9: “quando
entrarem numa cidade e forem bem recebidos, comam o que for posto diante de
vocês. Curem os doentes que ali houver e digam-lhes: ‘o Reino de Deus está
próximo de vocês’”. Se a cidade é receptiva à pregação do evangelho, então os
proclamadores não deveriam levar suas regras alimentares culturais, pelo
contrário, deveriam comer a mesma alimentação que a cidade comia. Qual
princípio missionário Jesus está expondo para sua igreja? Os missionários devem
imergir na cultura para qual estão pregando o evangelho, desde que não firam
princípios bíblicos. Dou um exemplo: os missionários que evangelizam tribos
indígenas devem participar daquela cultura: alimentação, moradia, festas, etc.
Há alguns anos atrás, duas missionárias que trabalhavam com índios foram
acusadas pela FUNAI de prejudicar a cultura indígena. O que elas fizeram?
Salvaram um bebê com problemas físicos. Por quê? Porque a cultura de algumas
tribos manda que este tipo de criança seja enterrada viva. Esta prática
cultural vai contra claros princípios bíblicos e, por isto, elas fizeram bem em
desobedecer à cultura indígena e salvar a vida da criança. A missão consiste em
duas atitudes básicas: curar os doentes da cidade e proclamar que o Reino de
Deus veio sobre eles. A missão hoje é a mesma com significação maior: realizar
ação social na comunidade, em especial para os mais fracos e anunciar que Jesus
morreu por nós para nos salvar e oferece vida nova a todo aquele que crê.
Se a cidade
rejeitar os discípulos, Jesus diz assim: “mas quando entrarem numa cidade e não
forem bem recebidos, saiam por suas ruas e digam: ‘até o pó da sua cidade, que
se apegou a nossos pés, sacudimos contra vocês. Fiquem certos disto: o Reino de
Deus está próximo’” (v. 10-11). Na saída anuncia-se o juízo: sacudir o pó dos
pés significa dizer: “nada temos com vocês e vocês escolheram ficar fora do
Reino”. Observe que a pregação foi a mesma da cidade que recebeu bem. Com a
rejeição, o evangelho tornou-se uma mensagem de condenação. A rejeição traz
consigo o juízo de Deus. Ninguém consegue ficar neutro em relação ao evangelho
de Jesus: ou aceita-o ou rejeita-o.
O julgamento
para quem rejeitou o evangelho será mais rigoroso do que para aqueles da antiga
dispensação (época do Antigo Testamento) e para os povos que nunca ouviram
acerca dele. “Eu lhes digo: naquele dia haverá mais tolerância para Sodoma do
que para aquela cidade” (v. 12). A tolerância aqui é no julgamento de Deus.
Toda vez que
pregamos o evangelho, além de salvar os que creem também condenamos aqueles que
rejeitam. No entanto, a nossa tarefa é continuar pregando, a tempo e fora de
tempo.
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