ENSINA-NOS A ORAR
A oração é uma
prática da Igreja desde o seu início no livro de Atos dos apóstolos. Gerações
de cristãos têm encontrado na oração a força para viver e enfrentar inúmeros
perigos, até mesmo a morte. Mas, a oração está em baixa nos tempos atuais.
Acredita-se em rezas mágicas, nas quais, dizendo as palavras certas, tudo vai
acontecer de bom. Em outros grupos, a oração é vista como uma obrigação
religiosa, algo que se tem de fazer, senão Deus vai ficar zangado. Na teologia
da prosperidade e da confissão positiva, a oração é usada como moeda de troca
com Deus, especialmente para barganhar bens materiais. Será que isto é oração?
Qual a finalidade da oração? Em Lucas 11.1-13, Jesus nos orienta acerca desta prática
essencial da vida cristã. O texto de Lucas
11.1 fala-nos como este ensino do Mestre teve início e prepara-nos para
maravilhosas lições.
O v. 1 diz
assim: “certo dia Jesus estava orando em determinado lugar. Tendo terminado, um
de seus discípulos lhe disse: ‘Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou aos
discípulos dele’”. Jesus orava bastante e isto era visível aos seus discípulos.
Aqui, ele procurou um lugar específico e ficou orando por um bom tempo. Foi
pelo seu exemplo que um deles pediu para que o ensinassem. Quando tinha uma
grande decisão a fazer, Jesus orava a noite toda. A pessoa na Bíblia que nos
inspira a orar é o próprio Senhor Jesus. Ele, sendo Deus-homem, orava
constantemente. Que este seja o exemplo para nós.
O texto diz que
Jesus terminou de orar. Isto significa que a oração, como um ato de tempo,
começa e termina. Jesus não passou o dia todo orando. Ele tinha outras
atividades para realizar. Precisava exercer seu ministério com curas, pregação,
ensino, consolo, etc. Precisava comer, dormir, conversar. A oração era
prioritária para Jesus, mas não era tudo na sua vida. Se alguém pensa que
passar o dia inteiro orando e deixando de lado seus afazeres é sinal de
espiritualidade, engana-se. Nem Jesus fez isto. Nunca use a oração como desculpa
para deixar de fazer suas obrigações diárias. É necessário tempo para oração e
tempo para as demais atividades da vida. O equilíbrio nas atividades é o bom
caminho.
Na sua oração,
Jesus não repetia textos pré-fabricados para Deus. Ele dialogava com Deus.
Falava e ouvia a voz do Pai. Era espontâneo e verdadeiro. Foi por este motivo
que os outros pediram que os ensinassem. Se fosse uma reza já feita, bastava
decorar o texto. Não há nada a aprender. Se era espontâneo, eles queriam saber
o que falar, como pedir, pelo que agradecer, etc. Oração, em qualquer
circunstância, é conversa com Deus. Naquele tempo, a ideia geral era que a
divindade estava muito distante, no céu, e ninguém chegava diretamente a ela.
Precisava sempre da ajuda do sacerdote como intermediário. Ao orar, Jesus
mostrava que Deus era acessível ao mais simples dos homens e ao pior dos
pecadores.
Embora
espontânea, a oração pode ser aprendida. Tanto pelo exemplo como pelo ensino.
Jesus iria ensinar uma oração padrão para balizarmos nossas orações pessoais e
comunitárias. A oração não foi invenção de Jesus. João Batista ensinou seus
discípulos e os homens do Antigo Testamento tiveram suas orações registradas.
No entanto, Jesus renovou a forma de orar e vamos ver o porquê quando
estudarmos a oração do Pai Nosso.
Chamo você,
leitor, a uma vida de oração. Separe um tempo do seu dia, especificamente para
falar com Deus. Seja espontâneo, use sua linguagem e a mesma forma de conversar
com as pessoas. Seja verdadeiro, diga o que sente, o que quer e pelo que
agradece. Acima de tudo, creia que há um Deus que está escutando você com muita
alegria e muito amor.
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