A CURA DA MULHER ENCURVADA (2ª Parte)
UM REINO FEITO DE AMOR POR GENTE
No meio dos anos
70 e 80 do século passado, a irreligiosidade e o ateísmo prevaleceram em muitos
círculos, especialmente universitários. Com a queda do muro de Berlim (1989) e
a falência do pensamento marxista, a religiosidade voltou a triunfar. Uma característica
da religiosidade humana é que ela cria regras que têm de ser cumpridas por seus
fiéis. Veja o que Jesus pensa acerca disto em Lucas 13.14-17.
Jesus estava
ensinando numa sinagoga num dia de sábado quando observou uma mulher encurvada.
Ela vivia assim por dezoito anos por causa de um espírito maligno. Movido de
compaixão, chamou-a para perto de si, libertou-a do espírito, impôs sobre ela
as mãos e curou-a, deixando-a completamente ereta. A mulher glorificava a Deus
pela sua cura (v. 10-13). Enquanto ela glorificava e a multidão se espantava
com o que Jesus fez, o chefe da sinagoga ficou muito zangado devido à quebra do
sábado. Na visão dele, regras religiosas, que considera divinas, têm mais valor
do que pessoas. Falando à multidão, ele dá uma indireta para Jesus: “há seis
dias em que se deve trabalhar. Venham para ser curados nesses dias, e não no
sábado” (v.14). O que ele está dizendo é que o trabalho de médico (curar) não
pode ser feito no sábado, pois o quarto mandamento da Lei de Moisés proibia o
trabalho neste dia. Que Jesus fizesse o trabalho de médico em outro dia, jamais
neste.
Neste momento, o
Senhor (é assim que Lucas o chama) responde a este chefe, ensinando a todos: “hipócritas!
Cada um de vocês não desamarra no sábado o seu boi ou jumento do estábulo e o
leva dali para dar-lhe água?” (v. 15). Jesus chama todos os que pensam como o
chefe da sinagoga de hipócritas. A hipocrisia deles é que trabalham “disfarçadamente”
no sábado quando levam o seu animal para beber água. Ao fazer isto, eles
trabalhavam muito mais do que o que Jesus fez. No caso deles o valor era
pessoal e financeiro, pois precisavam do animal para ganhar dinheiro. Geralmente,
as regras religiosas são assim: severas com os outros, frouxas para mim.
E Jesus
continua: “então, esta mulher, uma filha de Abraão a quem Satanás mantinha
presa por dezoito longos anos, não deveria no dia de sábado ser libertada
daquilo que a prendia?” (v. 16). Para curar e salvar, Jesus não vai fazer
nenhuma diferença entre homem e mulher, pois ela também é filha de Abraão (o
pai da nação). Para Jesus, o homem não é superior ou tem mais regalias que a
mulher (e olhe que ele vivia numa sociedade bastante machista). Para Jesus, era
necessário (um dever moral) libertar aquela mulher de Satanás mesmo num dia de
sábado, pois ela era gente, ser humano! Para Jesus, gente vale mais que regras
religiosas ou egoísmos pessoais.
Houve duas
atitudes diante desta cura e da palavra de Jesus (v. 17). Os que faziam
oposição a ele ficaram envergonhados porque foram desmascarados em frente da
multidão. Por outro lado, a reação da multidão foi de grande alegria, pois viam
seus feitos esplêndidos, incluindo suas palavras maravilhosas. De que grupo você
faz parte?
O Reino de Jesus
é feito de amor pelas pessoas, libertação do domínio de Satanás e desmantelo da
hipocrisia dos que olham apenas para si (egoístas). Se você já é comprometido
com o Senhor Jesus, é dever seu, movido pelo amor, fazer todo o bem aos outros
que você puder. Para isto, jogue fora qualquer regra religiosa ou de outra
espécie que lhe proíba de amar ou de fazer o bem a quem quer que seja.
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