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Lucas 13.18-21 - O REINO DE DEUS: HUMILDADE E PODER

O REINO DE DEUS: HUMILDADE E PODER

Temos a convicção de que mudanças na sociedade só acontecem com demonstrações de poder. Povo na rua, maioria num Congresso, vitória nas urnas, um forte exército bem aparelhado são os símbolos do poder. Tudo isto pode ser visto e é exatamente esta visibilidade da força que nos convence que é ela que tem poder de fazer mudanças. Este conceito de mudanças feitas através do poder é subvertido na visão de Jesus quando ele fala do Reino de Deus. Veja o que ele diz em Lucas 13.18-21.
Jesus procura uma semelhança para falar acerca do Reino de Deus: “então Jesus perguntou: ‘com que se parece o Reino de Deus? Com que o compararei?’” (v. 18). Ele já havia destacado que a força do Reino é o amor (v. 10-17). Convém lembrar que o Reino de Deus é sua soberania em ação por toda a criação, mas em especial, na história e nos corações dos homens. Nesta história, o Reino de Deus luta contra o mal praticado pelos homens e demônios. Neste texto, há duas comparações. A primeira é com a mostarda: “é como um grão de mostarda que um homem semeou em sua horta. Ele cresceu e se tornou uma árvore, e as árvores do céu fizeram ninhos em seus ramos” (v. 19). O pequeno grão de mostarda é lançado na horta de um homem. Brotou, cresceu e tornou-se uma grande árvore (do tipo que Jesus fala, a árvore de mostarda podia atingir mais de dois metros). Ela fica tão grande que os pássaros fazem seus ninhos nela.
O que Jesus quer nos ensinar acerca do Reino nesta comparação? Que o Reino de Deus é muito pequeno, humilde e praticamente invisível quando foi plantado neste mundo. Mas cresce e abarca toda a humanidade a tal ponto que muitos vão fazer deste Reino a sua casa. O profeta Ezequiel falou acerca disto em nome de Deus: “assim diz o Soberano, Yahweh (o Senhor): eu mesmo apanharei um broto bem do alto de um cedro e o plantarei; arrancarei um renovo tenro de seus ramos mais altos e o plantarei num monte alto e imponente. Nos montes altos de Israel, eu o plantarei; ele produzirá galhos e dará fruto e se tornará um cedro vistoso. Pássaros de todo tipo se aninharão nele; encontrarão abrigo à sombra de seus galhos. Todas as árvores do campo saberão que eu, Yahweh (o Senhor), faço cair a árvore alta e faço crescer bem alto a árvore baixa. Eu resseco a árvore verde e faço florescer a árvore seca. Eu, Yahweh (o Senhor), falei, e o farei”. Quando Jesus veio a este mundo, ele era o grão de mostarda, o renovo tenro que Ezequiel profetizou. Qual dos poderosos deste mundo percebeu que o Reino estava naquele humilde galileu? Mas o Reino que Jesus começou se tornará o maior de todos e muita gente fará deste Reino a sua casa para sempre. Outra coisa: a soberania de Deus em fazer deste o maior de todos os reinos nunca, jamais será ameaçada pela hostilidade maligna de todas as forças do mal, quer venha dos homens, do Estado ou dos demônios. Nenhum mal poderá impedir a grandiosidade que este Reino assumirá.
A segunda comparação de Jesus é com o fermento: “mais uma vez ele perguntou: ‘com que compararei o Reino de Deus? É como o fermento que uma mulher misturou com uma grande quantidade de farinha, e toda a massa ficou fermentada’” (v. 20-21). A mulher está fazendo pão. Então ela pega um punhado de fermento e mistura (no original, “esconde”) em uma grande quantidade de massa (cerca de 10 litros de farinha). Esta pequena quantidade de fermento teria o poder de fazer crescer esta imensa quantidade de massa. O que Jesus quer dizer com esta segunda comparação? Primeiro: o Reino de Deus age de uma forma escondida da vista humana assim como o fermento na massa de pão, mas é ele que vai modificar a vida dos homens e a história. A grande maioria da humanidade não pode ver e nem liga para o Reino de Deus, apenas os que creem podem ver, mas o fermento do Reino já está em ação. O Reino é invisível aos poderes deste mundo. Por causa disto, não dê crédito a alguns homens que, dizendo-se do Reino de Deus, aparecem nos noticiários como pessoas poderosas que comandam impérios eclesiásticos, constroem megatemplos, são sucesso neste mundo. Eles não representam o Reino de Deus. O Reino está escondido. O verdadeiro Reino é formado por pessoas anônimas que pregam o evangelho, fazem o bem e amam as pessoas. Segundo: este humilde Reino é a força que vai modificar a história e a sociedade humana, fazendo com que tudo chegue aonde Deus quer. Terceiro: o fermento (Reino de Deus) deve estar dentro da massa (mundo), agindo nela. A massa (mundo) sozinha nunca vai se transformar. Mas o fermento (o Reino) não pode ficar do lado de fora da massa (mundo). Então, quem é do Reino deve entrar no mundo para transformá-lo para melhor através do amor: “não rogo que os tires do mundo, mas que os proteja do Maligno. Eles não são do mundo, como eu também não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo” (João 17.15-18).

Creia, querido leitor, como Jesus ensinou, no poder do Reino de Deus, no evangelho de Jesus Cristo. O Reino é invisível e humilde, mas é o poder que vai modificar a história. E você, que é discípulo de Jesus, é o agente que Deus vai usar para fazer a mudança. Entra no mundo com vontade e deixa Deus levedar a massa: a missão é nossa, pois somos os agentes do humilde e glorioso Reino de Deus.

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