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TEOLOGIA SISTEMÁTICA 01.05 A CONTEXTUALIZAÇÃO DA TEOLOGIA

CONTEXTUALIZAÇÃO DA TEOLOGIA

Professor Whitson Ribeiro da Rocha

 

Este estudo foi baseado no estudo de Hesselgrave da palavra “contextualização” da Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã nas páginas 346ss.

 

INTRODUÇÃO

            Não se pode fugir hoje do estudo da contextualização da teologia. A grande questão é o que significa isto. Este estudo pretende fazer uma abordagem evangélica e equilibrada a este assunto.

 

RAZÕES DA CONTEXTUALIZAÇÃO DA TEOLOGIA HOJE

A teologia contextualizada em sentido contemporâneo nasce de alguns movimentos:
-          o movimento missionário contemporâneo que, desejando libertar-se da forma “colonialista” de missões e recebendo uma séria crítica da antropologia, começa a preocupar-se com a questão cultural;
-          o diálogo marxista-cristão;
-          a secularização da teologia realizada pelo Concílio Vaticano II e as encíclicas papais sociais do “aggiornamento” da igreja no mundo;
-          as análises políticas e sócio-econômicas dos bispos católicos da América Latina em Medellín (Colômbia) em 1968;
-          a Assembléia Geral do Conselho Mundial de Igrejas em Uppsala (Suécia) em 1968.

São produzidas basicamente três teologias contextualizadas:
-          teologia da esperança (autor Jurgen Moltmann – Alemanha);
-          teologia da libertação (autor Gustavo Gutierrez – Peru);
-          teologia negra (movimentos negros religiosos – EUA).
Posteriormente a estas, há tentativas de se fazer uma teologia feminista (EUA e Europa) e, no lado conservador a teologia da prosperidade (EUA e também no Brasil).

A elaboração destas teologias tem dado ênfase no seguinte:
-          a base da teologia tem-se localizado na prática dentro do mundo, em lugar da exegese das Escrituras;
-          a missão passou a ser uma questão de se discernir o que Deus está fazendo dentro do mundo contemporâneo e de se participar desta tarefa, em vez de uma participação na tarefa missionária conforme delineada no Novo Testamento;
-          por conseqüência, nas teologias mencionadas acima dá-se mais valor à análise dos contextos culturais e sócio-políticos do que à interpretação gramático-histórica da Bíblia e a consideração dos credos históricos da Igreja.

 A VISÃO DOS EVANGÉLICOS CONSERVADORES

            Os estudiosos evangélicos conservadores reuniram-se no Congresso Internacional de Evangelização Mundial em Lausanne (Suíça) em 1972.
           
Uma pequena parte dos estudiosos evangélicos conservadores acha que a expressão “contextualização” é um termo ambíguo e enganoso e deve ser totalmente abandonado. Por que não concordamos com estes estudiosos?
-          sem contextualização, a fé bíblica torna-se irrelevante para o homem contemporâneo;
-          sem contextualização, não há como transmitir a fé bíblica (ex.: o livro O totem da paz de Richardson);
-          querendo ou não acaba existindo uma contextualização, só que de séculos atrás.

A maior parte dos estudiosos evangélicos conservadores prefere redefinir a palavra “contextualização” e reorientar o método. Como?
-          fazendo teologias diferentes conforme o contexto cultural com ênfases diferentes que podem ser complementares mas não contraditórias;
-          a reflexão teológica tem de, obrigatoriamente, ter o controle epistemológico e dados prévios da revelação de Deus expressada na Bíblia, se não, não pode alegar ser validamente teologia cristã;
-          fazendo a tradução da fé bíblica para uma linguagem não-bíblica de outra cultura.

Exemplos nas Escrituras de contextualização:
-          a encarnação de Jesus Cristo é o maior exemplo de contextualização;
-          a conversa de Jesus com a mulher samaritana (Jo 4.1-26);
-          a pregação de Paulo no Areópago (At 17.16-34);

-          a prática missionária de Paulo (I Co 9.19-23).

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