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TEOLOGIA SISTEMÁTICA 02.01 A EXISTÊNCIA DE DEUS

SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DE PRESIDENTE PRUDENTE

 

A EXISTÊNCIA DE DEUS

Professor Whitson Ribeiro da Rocha

 

Em nenhum momento discute-se na Bíblia a questão da existência de Deus. Ela é tomada como certa pela Palavra. Observe Gn 1.1: a) há um Deus; b) ele é criador; c) ele é diferente da criação. Mesmo os textos em que se menciona a opinião da inexistência de Deus, esta é entendida como falta da ação de Deus (Sl  14, 53).
A existência de Deus é dada como certa tanto pela criação como por seus atos redentores na história de seu povo: Gn 1.1; Js 3.10; Sl 90.53; Is 40.12-26; Jr 10.10-16; At 17.24-31.
Mesmo este pressuposto (a da existência de Deus) é um ato de fé (Hb 11.6) que o pecado humano tenta encobrir (Rm 1.18-23).

 


ARGUMENTOS RACIONAIS EM PROL DA EXISTÊNCIA DE DEUS


1) ARGUMENTO ONTOLÓGICO (Anselmo de Cantuária –  séc. XI)
            O argumento é apresentado da seguinte forma:
-          Deus é concebido como o Ser perfeito (isto inclui a existência);
-          não pode ser concebido nada maior, senão este não seria Deus;
-          Deus tem de existir, tanto no entendimento quanto na realidade.
Refutação deste argumento:
-          Galeano imagina uma ilha perfeita, ela pode não existir;
-          Kant (séc. XVIII): “a necessidade incondicional de um julgamento não forma a necessidade absoluta de uma coisa”.

2) ARGUMENTO COSMOLÓGICO (Tomás de Aquino – séc. XIII)
            O argumento é apresentado da seguinte forma:
-          todo efeito tem uma causa;
-          como existem coisas no mundo, deve existir uma primeira causa de tudo, que não foi causada.
3) ARGUMENTO TELEOLÓGICO (Tomás de Aquino – séc. XIII)
-          a ordem e regularidade do universo exigem um Deus que tudo planejou para sua finalidade.
Refutação destes argumentos:
-          Kant diz que os dois argumentos se reduzem, pois usam, no final das contas, o argumento ontológico a fim de converter a mera noção de um ser necessário em um ser realmente necessário;
-          Hume (séc. XVII) coloca em dúvida o princípio da relação causa-efeito;
-          da causa só pode ser dito que produz o efeito;
-          o criador e o projetista podem não ser os mesmos;
-          através do que o universo demonstra uma finalidade?;
-          este Deus-causador não é o que conhecemos como o Deus cristão.

4) ARGUMENTO MORAL (Kant – séc. XVIII)
-          a necessidade de um Deus para conciliar o “sumo bem” com a felicidade neste mundo.
Refutação deste argumento:
-          a moralidade é um longo desenvolvimento a partir de instintos animais;
-          não dá a ideia de um Criador;
-          forma Deus à imagem do homem.



5) ARGUMENTO ETNOLÓGICO
-          todos os povos têm a ideia de Deus.
Refutação deste argumento:
-          alguns argumentam que foi um erro dos ancestrais;
-          outros dizem que desaparecerá com a evolução da humanidade;
-          em si não prova que há um Deus.

A VALIDADE DESSES ARGUMENTOS

1)      Os argumentos racionalistas tradicionais para a existência de Deus não são convincentes.
2)      Igualmente não existem argumentos racionalistas tradicionais contra a existência de Deus que consigam provar sua inexistência.
3)      O fato de que os argumentos tradicionais não provem a existência de Deus não é nenhuma perda para o cristianismo.
4)      O homem deve ser confrontado com sua escolha: ou há um Deus que cria, dirige e dá desígnio ao Universo ou então tudo é obra do acaso e não há nenhum sentido último na realidade humana.
5)      Nossa prova da existência de Deus deve derivar de nossa experiência de Deus através da totalidade do evangelho: sua revelação e nossa experiência pessoal com ele por meio de Jesus Cristo.

6)      Embora não possamos provar racionalmente a existência de Deus o ser humano continua a ter uma certa consciência de Deus. Este é o ponto de contato para a mensagem cristã.

Um comentário:

  1. Gostei muito pastor, sou aluno em fase inicial e acredito que comecei muito bem com esse estudo. Que o Senhor nosso Deus esteja lhe abençoando.

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