O CAMELHO E A AGULHA (1ª Parte)
JESUS DESCONSTRÓI UM HOMEM PARA PODER SALVÁ-LO
“Que farei para
herdar a vida eterna?” foi a pergunta de uma homem para Jesus. Esta pergunta dá
início a um episódio na vida de Jesus relatado em Lucas 18.18-30. Dividi o
texto em três partes: a primeira parte fala do diálogo entre Jesus e este homem
que lhe faz a pergunta (Lucas 18.18-23). A segunda parte é uma parábola
interessante de Jesus sobre o assunto (Lucas 18.24-27) e a última parte é um
diálogo entre Jesus e seus discípulos (Lucas 18.28-30), todos na mesma
temática. Vejamos a primeira parte em Lucas
18.18-23.
“E perguntou-lhe um dos principais: ‘Bom mestre, que farei
para herdar a vida eterna?’” (v. 18). Quem faz a pergunta é um homem
importante. Como tal as características dele é que conhecia profundamente a lei
de Moisés, tinha família, era jovem e muito, muito rico. Possivelmente, tivesse
ouvido o que Jesus dissera anteriormente no v. 17 que, para entrar no Reino de
Deus, era necessário recebê-lo como criança. Como muitos outros líderes em
Israel, ele devia estar desconcertado com o jeito de Jesus viver e ensinar,
pois era muito diferente de tudo o que tinham visto. É nesta desconcertação
pessoal que ele se dirige a Jesus com uma saudação inusitada para os padrões de
Israel: “bom mestre”. Ninguém usava esta saudação porque costumavam usar a
palavra “bom” apenas para Deus. O que ele espera de Jesus é que, com uma
saudação de tão alto nível, ele retribua com algo semelhante. A sua pergunta é
o que ele deve fazer para conseguir a vida eterna. Observe alguns pressupostos
na pergunta deste homem. Primeiro, ele entende que vida eterna é algo que acontecerá
no futuro: é uma herança que se recebe depois. Segundo: ele acha que pode fazer
agora, algo em definitivo, para conseguir esta vida eterna. Para ele, a vida
eterna é uma conquista do homem pelos esforços que faz. Este é o mesmo
pensamento de milhões de pessoas hoje em dia: eu consigo me salvar.
Jesus começa
quebrando sua autoimagem de virtuoso: “Respondeu-lhe
Jesus: ‘Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus’” (v.
19). Jesus não entrega um elogio de volta a ele. Pelo contrário, Jesus pergunta
pelo motivo pelo qual o chamou de bom. Jesus sabe que não há nenhum homem na
Terra que faça jus a este adjetivo, pois todos os homens são maus e pecadores
em seu interior. Jesus conhecia e acreditava no Salmo 14.3: “Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não
há quem faça o bem, não há sequer um”. Por este motivo, Jesus replica
que bom é apenas Deus. Se Jesus for considerado bom é porque ele é o próprio
Deus encarnado, ou então ele não é bom, igual a todos os demais homens.
Jesus então cita
a segunda tábua dos dez mandamentos: “Sabes os
mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não dirás falso
testemunho; honra a teu pai e a tua mãe” (v. 20). Algumas questões têm
de ser feitas na resposta de Jesus. Por que ele cita os mandamentos? Será que
Jesus pensa que os homens podem ser salvos se obedecerem a mandamentos? Claro
que não! Ele acabou de dizer no v. 19 que não há ninguém bom. Então por que os
mandamentos? Por um motivo muito importante: são os mandamentos que mostram
como somos maus e pecadores! Querem ver? Quem de nós, leitor, nunca desobedeceu
a algum destes mandamentos citados por Jesus? O apóstolo Paulo diz: “[...] pois o que vem pela lei é o pleno conhecimento do pecado”
(Romanos 3.20).
Veja a resposta
daquele jovem: “Replicou o homem: ‘Tudo isto tenho
guardado desde a minha juventude’” (v. 21). Este jovem se julga
cumpridor de toda a lei. Ele olha para si próprio e se vê com uma autojustiça
muito grande. Ele é quase perfeito. Penso que ele pensava que era muito
parecido com o próprio Jesus, ou quem sabe, até melhor. Tudo isto era
confirmado pelo fato de ser muito rico. Ele contava sua riqueza como uma bênção
e uma aprovação de Deus pelos seus esforços em ser bom.
Chega a hora de
Jesus mostrar-lhe seu verdadeiro caráter: “Quando Jesus
ouviu isto, disse-lhe: ‘Ainda te falta uma coisa; vende tudo quanto tens e
reparte-o pelos pobres e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me’” (v.
22). A palavra de Jesus é que falta cumprir o que será o mais importante. E
veja que é uma coisa só: não são duas ou três. A única coisa começa por vender
tudo que possuía e distribuir entre os pobres. A vida dele estava estruturada
em suas riquezas. Jesus quer desestruturá-lo completamente para que ele só
dependa de Deus. Jesus sempre faz isto. Quando ele vai salvar alguém, sempre o
desestrutura primeiro. Se este jovem fizer isto, ele terá um tesouro nos céus. A
continuação da única coisa é tornar-se um simples seguidor de Jesus. Jesus quer
que ele rompa com a vida de “bom moço”. Logo ele, que se via igual a Jesus, é
chamado a subordinar-se. Jesus quer ele por ele, não sua estrutura. Assim,
Jesus quer todos nós para discípulos.
Vejam o que
aconteceu: “Mas, ouvindo ele isso, encheu-se de
tristeza, porque era muito rico” (v. 23). O jovem fica muito triste e
abatido porque não conseguiu ouvir de Jesus o que queria: que era bom. Decidiu
rejeitar Jesus e ficar com as riquezas. Jesus pedia algo impossível para ele!
E você, prezado
leitor? Vai continuar com sua vida correta e achando que, já que você é boa
pessoa, já está salvo? Recusar nossas boas atitudes e seguir a Jesus em
humildade de vida, isso é salvação!
Nós seres humanos,termos por obrigação, amar nosso semelhante, sem interesse de ir para o céu, repartir o pouco que temos com os mais nessecitado
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