OS EMBATES DO
REI/MESSIAS JESUS COM A LIDERANÇA RELIGIOSA DE ISRAEL (6ª Parte)
TOMEM CUIDADO COM
OS FALSOS LÍDERES RELIGIOSOS
Hoje em dia,
ouvimos falar de muitos pecados de líderes religiosos: pedofilia, adultérios,
estupros, violências dos mais diversos tipos, violência dentro da família,
exploração econômica, etc. Se alguém faz parte do grupo de um líder que pratica
alguma destas coisas, a atitude comum é ou calar-se, ou acobertar, ou minimizar
ou simplesmente negar. Na época de Jesus, havia uma religiosidade (mais tarde
ela será chamada de judaísmo) que consistia em seguir os preceitos da lei de
Moisés. Os líderes religiosos naturais eram os escribas, porque eles copiavam,
interpretavam e ensinavam aquela lei a seus discípulos. Em todo o texto de Lucas
20.1 – 21.4, Jesus está num duelo com estes líderes, que incluía os escribas,
além dos fariseus, saduceus, principais sacerdotes e doutores da lei. Veja como Jesus se pronuncia acerca deles em Lucas
20.45-47.
“Enquanto todo o povo o ouvia, Jesus disse aos discípulos”
(v. 45). Todo o povo está ouvindo Jesus nas escadarias do templo, mas, em sua
fala, ele se dirige aos discípulos. Aqui há uma distinção interessante entre o
povo, que gosta de ouvir Jesus e os discípulos. Os discípulos estão misturados
com o povo, são parte dele inclusive, mas são distintos dos demais porque
assumiram um compromisso interior de seguir e obedecer ao que Jesus fala. Eles
não apenas gostam de ouvi-lo, eles obedecem. Tiago diz em sua carta: “Sede praticantes da palavra e não somente ouvintes,
enganando a vós mesmos” (1.22), ou seja, gostar de ouvir o evangelho de
Jesus não vai fazer modificação em minha vida, mas eu preciso praticar na minha
vida diária tudo que estou ouvindo. O evangelho praticado vai fazer mudanças na
forma e no conteúdo do que eu falo, na minha forma de vestir, no meu
relacionamento com as pessoas, na minha devoção a Deus, na forma como eu lido
com o dinheiro, como eu trato minha família, etc. É neste sentido, que Jesus
disse certa vez: “Quem tem ouvidos, ouça”
(Mateus 13.9): não basta ouvir, tem de entender, assimilar e praticar!
O que Jesus disse
aos discípulos? “Cuidado com os escribas, que gostam de
andar com roupas compridas e de ser cumprimentados nas praças; gostam dos
primeiros assentos nas sinagogas e dos primeiros lugares nos banquetes”
(v. 46). Jesus ordena (é ordem mesmo) que os discípulos dele saibam observar e
se prevenir de homens que se dizem líderes religiosos (hoje, eles podem usar
títulos como: pastor, presbítero, bispo, missionário, reverendo, apóstolo,
ancião, padre, guia, mãe-de-santo, pai-de-santo, imã etc). Todo líder religioso
deve ser observado e analisado a partir do que ele diz e, principalmente, do que
ele faz. Esta é uma ordem de Jesus a seus seguidores. Os verdadeiros seguidores
de Jesus não têm a opção de ser ingênuos em relação a seus líderes espirituais.
Jesus
enumera três atitudes dos escribas na época para ser avaliados. A primeira
atitude é que gostam de andar com roupas compridas. Naquela época, somente os
mais ricos e exibidos conseguiam andar com estas roupas. Elas tinham uma
espécie de cauda. Andar com estas roupas era símbolo de exaltação social. A pessoa
sentia-se separada e superior às outras e usava este objeto – longas vestes –
para demonstrar isto. Hoje, na esteira deste ensinamento de Jesus, líderes
religiosos falsos são aqueles que fazem questão de demonstrar sua superioridade
em relação aos demais. Alguns destes falam que são ricos e falam de suas
mansões, fazendas, carros caros, roupas de grife, etc., dizendo que tudo isto
de bom que eles têm é bênção de Deus porque eles fazem muito esforço em favor
do Altíssimo. Outros, mesmo pobres, gostam de falar de como são superiores em
relação aos demais com pequenos símbolos de status
social.
A
segunda atitude de um falso líder religioso é que eles gostam de ser
cumprimentados em público. Os escribas gostavam de ser bajulados em público,
amavam que as pessoas falassem bem deles e percebessem quão necessários eles
eram para a comunidade. Hoje, os falsos líderes gostam das mesmas bajulações.
Eles gostam de dizer quantos mil seguidores a sua igreja ou seu ministério tem
e a grande potência que isto representa para o cristianismo. Ficam a toda hora
mostrando quantos seguidores, “likes”,
e compartilhamentos de suas palavras saem por aí. Querem que mais e mais pessoas
os assistam e visualizem. São cercados por bajuladores serviçais.
A
terceira atitude dos escribas é que gostam dos primeiros assentos nas sinagogas
e banquetes. Os primeiros lugares eram os lugares de honra. Nestes lugares, eles
eram vistos o tempo todo por todo o povo. Ficavam em evidência no lugar da fé
(sinagoga) e no lugar social (banquetes). Hoje, estes falsos líderes estão em
evidência no âmbito eclesiástico, mas também no âmbito social quando são
bajulados até por pessoas que não pertencem a seu grupo religioso.
Tudo
isto é bem visível e muito bonito. Mas agora Jesus fala de ações invisíveis que
os escribas praticavam e das quais eles não falavam nunca porque seria uma
vergonha total. Estas ações invisíveis é que proporcionavam a eles as condições
para ter tanta fama. Era invisível a quase todos, mas não a Jesus que, com seu
olhar clínico, detectava com facilidade quais eram as manchas morais que eles
praticavam em oculto e tinha coragem suficiente para falar abertamente.
“E devoram as casas das viúvas, simulando longas orações. Eles
receberão uma condenação muito maior” (v. 47). Agora descobrimos como eram
tão ricos! Não era a bênção do Senhor, como eles costumavam dizer. Era a
perfídia de retirar até o último centavo de pessoas pobres e fracas. Eles
faziam este assalto financeiro dizendo que estavam servindo a Deus e precisavam
de tudo que a pessoa tinha e que estavam orando em favor da prosperidade
daquela pessoa. “Devorar a casa” significava que o sujeito acabava com tudo que
a pessoa tinha através do engano. As viúvas eram as pessoas socialmente mais
frágeis daquela sociedade. A malignidade destas pessoas é que, para manter sua
alta posição, eles extorquiam os mais fracos. E mais, faziam isto sem nenhum
sentimento de culpa. Eles usam os ofícios religiosos que já aprenderam a
manipular para ganhar a confiança das pessoas mais simples e vulneráveis da
sociedade, fazendo-as dependentes emocionais deles e depois dão o bote,
explorando-as até que não sobre nada. E fazem tudo isto em nome de Deus, como se
a responsabilidade fosse dele. Você conhece líder religioso deste jeito? Já
lidou com alguém assim? Se está debaixo da liderança espiritual de pessoas
deste tipo, caia fora o mais rápido possível, para seu próprio bem. Hoje em
dia, tem muito líder, grande e pequeno, nesta condição. “Examine-se cada um a
si mesmo”.
O que vai
acontecer com estes escribas e os líderes modernos parecidos com eles? Jesus
diz que eles receberão uma condenação muito maior. Veja o que Jesus está
dizendo. Estes líderes de tanto sucesso, que vivem com o nome de Deus em suas
bocas, explorando os mais fracos para manter sua falsa aparência de santidade,
todos eles serão condenados ao sofrimento eterno. Veja o que está escrito em
Mateus 7.22,23: “Naquele dia, muitos me dirão: ‘Senhor,
Senhor, nós não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios?
Em teu nome não fizemos muitos milagres?’ Então lhes direi claramente: ‘Nunca
vos conheci; afastai-vos de mim, vós que praticais o mal’”. A
preocupação deles foi com eles próprios, nunca se preocuparam com o Deus do
qual falavam. Como o homem não é salvo pelas obras, mas, sim, condenado por
elas, no dia do Juízo, quando Deus julgar todas as pessoas, eles serão
condenados por causa do que fizeram. E mais, Jesus disse que a condenação deles
será maior do que das outras pessoas condenadas. Se você está neste caminho de
ser um líder religioso que busca a fama a qualquer custo e abusa dos seus
seguidores tirando deles o pouco que têm, então em nome de Jesus, mude de vida!
Caso contrário, sua condenação é certa.
Qual a lição que
Jesus nos deixa? Se você é um líder religioso, analise por quais motivos você
quer liderar. É para seu próprio bem e prazer? Ou com interesse sincero no
Reino de Deus e nas pessoas? Se você é um liderado, não seja ingênuo, examine
que tipo de líder é o seu. Se for digno, siga-o, sempre com autonomia. Se o
líder for indigno, procure outra comunidade de fé.
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