O SERMÃO
ESCATOLÓGICO DE JESUS (2ª Parte)
NÃO VIVA COM MEDO
DE TRAGÉDIAS
O atual estado do
planeta Terra causa angústia a todos os seus habitantes que tenham um pouco de
conhecimento. Há tragédias naturais acontecendo constantemente tais como
furacões, tsunamis, vulcões, queimadas de florestas, etc. O pior de todos estes
desastres naturais é o aquecimento global com suas terríveis consequências. Há
tragédias humanas em curso: vários países possuem armas nucleares com potencial
de destruição do planeta, a fome assola todas as partes do mundo, pessoas fogem
de seus países para sobreviver e são rejeitadas nos demais países porque se
transformam em problema social gravíssimo, guerras, o terrorismo que mata
estupidamente. O mundo está pesado e carregado de tragédias, choros e
sofrimentos. Qual a relação destas tragédias com o fim do mundo profetizado por
Jesus? Como viver num mundo cheio de catástrofes? A resposta a estas perguntas
é dada por Jesus em Lucas 21.9-11.
Lucas 21 é o
sermão escatológico de Jesus. Ele já havia dito que está tratando de dois
grandes eventos: a destruição do templo de Jerusalém e o fim dos tempos, quando
ele voltará em glória. Disse que, durante a história, seus discípulos não
deviam ser dominados por homens, mas colocar todos à prova.
No v. 9, Jesus diz
que “Quando ouvirdes falar de guerras e tumultos, não
vos aterrorizeis; pois é necessário que primeiro aconteçam estas coisas; mas o
fim não virá logo” (v. 9). Jesus diz que seus discípulos ouviriam de
guerras e tumultos. Por causa destas notícias, as pessoas ficarão
aterrorizadas. Para os discípulos, a ordem é não se aterrorizar ou angustiar-se
fortemente com estas coisas. Enquanto o mundo durar, guerras e tumultos sempre
ocorrerão, e mais, segundo Jesus, é necessário que aconteçam porque estas
coisas têm um propósito conforme Deus. Jesus também diz que estas coisas não
são o sinal do fim dos tempos. Logo, segundo Jesus, não são as guerras e os
distúrbios da natureza que acabarão com o mundo. Também não será um ditador
qualquer, com armas nucleares que destruirá o planeta. A história humana vai
chegar ao fim de uma forma diferente destas.
Nos v. 10 e 11,
Jesus especifica o que ele quis dizer com guerras e tumultos do v. 9. “Então lhes disse: ‘Nação se levantará contra nação, e reino
contra reino; e em vários lugares haverá grandes terremotos, pragas e fomes;
haverá também coisas espantosas e grandes sinais no céu” (v. 10,11). Jesus
define o que são estas guerras. No texto grego original, a palavra “nação” é “etnia”
e tem a ver com fazer parte de um grupo por sangue. Haverá sempre guerra entre
grupos raciais. Por exemplo: a briga entre tribos diferentes na África, ou
entre brancos e negros em outro lugar, ou árabes e judeus. Mas as guerras
também seriam de reino contra reino. Reino é o conceito de um povo que se
organiza politicamente. Não é necessário que, num reino, todos tenham a mesma
etnia. Neste sentido, o Brasil, a Argentina ou a China são reinos. Sempre haverá
guerra entre países na história até o fim. Nunca haverá a guerra definitiva que
acabe com tudo. A maior das guerras foi a 2ª Guerra Mundial. Quando acabou, a
Europa e o Japão estavam destroçados. Estamos a exatos 80 anos de seu início.
Hoje, tanto a Europa quanto o Japão são econômica e socialmente fortes.
No v. 11, Jesus
detalha os tumultos. Começa com terremotos e também podemos colocar aí, outras
hecatombes como tsunamis, vulcões, furacões, o aquecimento global, os
desmatamentos de florestas, etc. Estas coisas sempre existirão. Haverá fome em
todos os lugares. A fome sempre acompanha a raça humana. Por mais tecnologia e
por mais colheitas fenomenais de alimentos, cerca de um terço da raça humana vai
dormir com fome. Jesus fala também de pragas: podem ser doenças humanas tais
como as pestes, a AIDS, o câncer, a malária e outros tipos de doenças, como
podem ser pestes que afetam a colheita de alimentos necessários à vida humana e
dos animais. Jesus fala também de coisas espantosas que provocam o terror entre
os homens (a derrubada das duas torres gêmeas por dois aviões seria um destes
sinais?). Finalmente, ele fala de grandes sinais no céu.
Vou fazer três afirmações
acerca dos sinais do v. 10 e 11. A primeira afirmação é que, na história
humana, nenhum destes sinais é o que caracteriza o fim. Infelizmente, ocorrerão
ao longo da história. A segunda afirmação é que todos estes sinais são feitos ou
pela natureza ou pela mão do homem. Alguns deles são da natureza, mas têm
alguma parcela de responsabilidade humana, como é o caso do aquecimento global.
Todos eles levam à morte de pessoas. Isto é muito triste, mas não há como evitar.
A terceira afirmação é que, quando acontecer qualquer um destes eventos, nossa
atitude como cristãos não é de dizer: “Viu, Jesus já tinha falado” e ficar de
braços cruzados. Não! Nossa atitude é de mobilização solidária para diminuir os
sofrimentos das pessoas que foram atingidas por estes eventos. Jamais cruzar os
braços, mas ir de encontro à realidade de dor e destruição e sermos sal e luz.
Todos estes sinais
espalham o terror entre as pessoas porque elas se veem frente a frente com algo
terrível chamado morte. E agora vem a palavra de ordem de Jesus para seus discípulos
no v. 9: “Não fiquem aterrorizados”. Os que creem em Jesus continuam a viver com
confiança no meio destas tragédias por que eles acreditam em duas verdades
importantes sobre o assunto. A primeira verdade é que Deus dirige tanto a
história quanto a natureza. Na história, as tragédias que os homens produzem,
eles são responsáveis e Deus cobrará de cada um sua responsabilidade. No
entanto, até o mal que os homens fazem, Deus sabe encaixar em sua direção da
história. Na natureza, qualquer tragédia tem seu lugar no plano de Deus. A
segunda verdade é que Deus cuida de cada um de seus filhos. Deus não os
desamparará e, se aprouver a ele, que um de seus filhos morra nestas tragédias,
o Senhor estará com esta pessoa até o fim, sem desampará-la, como ocorreu com Estêvão
em Atos 7. Em outro lugar, Jesus disse que até os fios de cabelo de nossa cabeça
estão contados pelo Pai. Na bonança ou na tragédia, Deus cuida de nós!
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