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Lucas 21.9-11 - NÃO VIVA COM MEDO DE TRAGÉDIAS


O SERMÃO ESCATOLÓGICO DE JESUS (2ª Parte)
NÃO VIVA COM MEDO DE TRAGÉDIAS

O atual estado do planeta Terra causa angústia a todos os seus habitantes que tenham um pouco de conhecimento. Há tragédias naturais acontecendo constantemente tais como furacões, tsunamis, vulcões, queimadas de florestas, etc. O pior de todos estes desastres naturais é o aquecimento global com suas terríveis consequências. Há tragédias humanas em curso: vários países possuem armas nucleares com potencial de destruição do planeta, a fome assola todas as partes do mundo, pessoas fogem de seus países para sobreviver e são rejeitadas nos demais países porque se transformam em problema social gravíssimo, guerras, o terrorismo que mata estupidamente. O mundo está pesado e carregado de tragédias, choros e sofrimentos. Qual a relação destas tragédias com o fim do mundo profetizado por Jesus? Como viver num mundo cheio de catástrofes? A resposta a estas perguntas é dada por Jesus em Lucas 21.9-11.
Lucas 21 é o sermão escatológico de Jesus. Ele já havia dito que está tratando de dois grandes eventos: a destruição do templo de Jerusalém e o fim dos tempos, quando ele voltará em glória. Disse que, durante a história, seus discípulos não deviam ser dominados por homens, mas colocar todos à prova.
No v. 9, Jesus diz que “Quando ouvirdes falar de guerras e tumultos, não vos aterrorizeis; pois é necessário que primeiro aconteçam estas coisas; mas o fim não virá logo” (v. 9). Jesus diz que seus discípulos ouviriam de guerras e tumultos. Por causa destas notícias, as pessoas ficarão aterrorizadas. Para os discípulos, a ordem é não se aterrorizar ou angustiar-se fortemente com estas coisas. Enquanto o mundo durar, guerras e tumultos sempre ocorrerão, e mais, segundo Jesus, é necessário que aconteçam porque estas coisas têm um propósito conforme Deus. Jesus também diz que estas coisas não são o sinal do fim dos tempos. Logo, segundo Jesus, não são as guerras e os distúrbios da natureza que acabarão com o mundo. Também não será um ditador qualquer, com armas nucleares que destruirá o planeta. A história humana vai chegar ao fim de uma forma diferente destas.
Nos v. 10 e 11, Jesus especifica o que ele quis dizer com guerras e tumultos do v. 9. “Então lhes disse: ‘Nação se levantará contra nação, e reino contra reino; e em vários lugares haverá grandes terremotos, pragas e fomes; haverá também coisas espantosas e grandes sinais no céu” (v. 10,11). Jesus define o que são estas guerras. No texto grego original, a palavra “nação” é “etnia” e tem a ver com fazer parte de um grupo por sangue. Haverá sempre guerra entre grupos raciais. Por exemplo: a briga entre tribos diferentes na África, ou entre brancos e negros em outro lugar, ou árabes e judeus. Mas as guerras também seriam de reino contra reino. Reino é o conceito de um povo que se organiza politicamente. Não é necessário que, num reino, todos tenham a mesma etnia. Neste sentido, o Brasil, a Argentina ou a China são reinos. Sempre haverá guerra entre países na história até o fim. Nunca haverá a guerra definitiva que acabe com tudo. A maior das guerras foi a 2ª Guerra Mundial. Quando acabou, a Europa e o Japão estavam destroçados. Estamos a exatos 80 anos de seu início. Hoje, tanto a Europa quanto o Japão são econômica e socialmente fortes.
No v. 11, Jesus detalha os tumultos. Começa com terremotos e também podemos colocar aí, outras hecatombes como tsunamis, vulcões, furacões, o aquecimento global, os desmatamentos de florestas, etc. Estas coisas sempre existirão. Haverá fome em todos os lugares. A fome sempre acompanha a raça humana. Por mais tecnologia e por mais colheitas fenomenais de alimentos, cerca de um terço da raça humana vai dormir com fome. Jesus fala também de pragas: podem ser doenças humanas tais como as pestes, a AIDS, o câncer, a malária e outros tipos de doenças, como podem ser pestes que afetam a colheita de alimentos necessários à vida humana e dos animais. Jesus fala também de coisas espantosas que provocam o terror entre os homens (a derrubada das duas torres gêmeas por dois aviões seria um destes sinais?). Finalmente, ele fala de grandes sinais no céu.
Vou fazer três afirmações acerca dos sinais do v. 10 e 11. A primeira afirmação é que, na história humana, nenhum destes sinais é o que caracteriza o fim. Infelizmente, ocorrerão ao longo da história. A segunda afirmação é que todos estes sinais são feitos ou pela natureza ou pela mão do homem. Alguns deles são da natureza, mas têm alguma parcela de responsabilidade humana, como é o caso do aquecimento global. Todos eles levam à morte de pessoas. Isto é muito triste, mas não há como evitar. A terceira afirmação é que, quando acontecer qualquer um destes eventos, nossa atitude como cristãos não é de dizer: “Viu, Jesus já tinha falado” e ficar de braços cruzados. Não! Nossa atitude é de mobilização solidária para diminuir os sofrimentos das pessoas que foram atingidas por estes eventos. Jamais cruzar os braços, mas ir de encontro à realidade de dor e destruição e sermos sal e luz.
Todos estes sinais espalham o terror entre as pessoas porque elas se veem frente a frente com algo terrível chamado morte. E agora vem a palavra de ordem de Jesus para seus discípulos no v. 9: “Não fiquem aterrorizados”. Os que creem em Jesus continuam a viver com confiança no meio destas tragédias por que eles acreditam em duas verdades importantes sobre o assunto. A primeira verdade é que Deus dirige tanto a história quanto a natureza. Na história, as tragédias que os homens produzem, eles são responsáveis e Deus cobrará de cada um sua responsabilidade. No entanto, até o mal que os homens fazem, Deus sabe encaixar em sua direção da história. Na natureza, qualquer tragédia tem seu lugar no plano de Deus. A segunda verdade é que Deus cuida de cada um de seus filhos. Deus não os desamparará e, se aprouver a ele, que um de seus filhos morra nestas tragédias, o Senhor estará com esta pessoa até o fim, sem desampará-la, como ocorreu com Estêvão em Atos 7. Em outro lugar, Jesus disse que até os fios de cabelo de nossa cabeça estão contados pelo Pai. Na bonança ou na tragédia, Deus cuida de nós!

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