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Lucas 22.7-13 Jesus começa a preparar sua morte

 

JESUS COMEÇA A PREPARAR SUA MORTE

 

Algumas pessoas com doenças terminais costumam preparar seu funeral. Conheci um senhor nesta situação que, além de organizar seu sepultamento, ainda deixou o culto fúnebre preparado, inclusive com o número dos hinos que ele queria que cantassem. Jesus não foi colhido pelo acaso na sua prisão, julgamento e morte. Várias vezes, ele avisou seus discípulos sobre o que lhe aconteceria, mas eles não deram crédito as suas palavras. A sua morte foi meticulosamente preparada por ele mesmo e tudo seguiu seu plano pré-determinado. Vamos ver o início desta preparação no texto de Lucas 22.7-13.

Chegado o dia da Festa dos Pães Ázimos, em que se devia sacrificar o cordeiro pascal” (v. 7). Na verdade, as duas festas eram separadas, mas como vinham juntas no calendário judeu, o povo considerava uma festa só. A Páscoa comemorava a grande libertação do cativeiro egípcio feita por Moisés. Os pães ázimos (sem fermento) o tempo de sofrimento que passaram. Faziam parte da celebração o cordeiro assado, ervas amargas e vinho. Quando Israel era cativo no Egito e Deus anunciou a última praga que era a morte de todos os primogênitos, deu uma ordem a Israel: “Depois pegarão um pouco do sangue (do cordeiro) e colocarão nos batentes e na viga da porta, nas casas em que tomarem a refeição. E, naquela noite, comerão a carne assada no fogo, com pães sem fermento; sim, a comerão com ervas amargas [...] E vós o comereis assim: com vossos cintos na cintura, vossos sapatos nos pés e vosso cajado nas mãos; e o comereis às pressas. Esta é a Páscoa do Senhor. Porque naquela noite passarei pela terra do Egito e ferirei de morte todos os primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como dos animais. E executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor. Mas o sangue servirá de sinal nas casas onde estiverdes. Se eu vir o sangue, passarei adiante, e não haverá praga entre vós para vos destruir, quando eu ferir a terra do Egito. E este dia será um memorial. Vós o celebrareis como uma festa ao Senhor e como estatuto perpétuo através de todas as vossas gerações” (Êxodo 12.7-14). A essência da Páscoa era libertação pelo sangue de outro.

Jesus enviou Pedro e João, dizendo: Ide, preparai-nos a refeição da Páscoa, para que a comamos” (v. 8). Jesus envia seus principais apóstolos. Ele não quer nada de improviso e sim uma Páscoa preparada com capricho. Esta Páscoa tem uma importância tremenda para Jesus e é seu desejo pessoal celebrá-la com seus apóstolos e amigos. “Eles lhe perguntaram: Onde queres que a preparemos?” (v. 9). Para os apóstolos é mais uma Páscoa que vão celebrar juntos e por causa disto perguntam a Jesus pelo local. Eles mal sabem acerca do incrível e inacreditável que iria acontecer nos próximos três dias.

Ele respondeu: Quando entrardes na cidade, um homem sairá ao vosso encontro, carregando um cântaro de água; segui-o até a casa onde ele entrar” (v. 10). Jesus já tinha combinado com alguém onde ele celebraria a Páscoa. Esta pessoa era um homem de posses, pois tinha uma ampla sala de jantar no andar de cima de sua casa e tinha servos a seu serviço. Um destes servos iria encontrá-los na entrada da cidade, que era um grande portão. O servo os aguardava e eles saberiam quem era com facilidade, pois o homem estaria carregando um cântaro d’água. Naquela época, homens carregavam odres de água e mulheres, cântaros. Este homem carregava um cântaro, utensílio feminino. Era fácil identificá-lo na multidão. “E direis ao dono da casa: O mestre manda perguntar-te: Onde fica o aposento em que comerei a Páscoa com meus discípulos? Então ele lhes mostrará uma grande sala mobiliada. Fazei ali os preparativos” (v. 11,12). Certamente, o dono da casa era um seguidor de Jesus muito discreto. Os discípulos Pedro e João não o conheciam. Este homem estimava tanto Jesus que lhe ofereceu de graça um amplo salão todo mobiliado e pronto para a festa. Jesus tinha muitos mais discípulos que os apóstolos que andavam com ele todos os dias, e estes não conheciam. Hoje ainda é assim. Nós, que nos consideramos discípulos, dizemos que quem não for do nosso grupo de fé, não é um seguidor de Jesus. Quão admirados ficaríamos se soubéssemos que Jesus tem discípulos em grupos ou lugares onde não fazemos a mínima ideia. Em alguns desses grupos, diríamos que, com certeza, ninguém ali é discípulo de Jesus, tal o nosso preconceito. Não sabemos de nada! É só Jesus que conhece suas ovelhas e onde elas estão. Para Jesus, aquele grande salão estava perfeito para ele celebrar a Páscoa com os doze. Agora, era a hora do trabalho dos dois em preparar a refeição. “Eles foram e acharam tudo conforme Jesus lhes dissera; e prepararam a refeição da Páscoa” (v. 13). Prepararam o cordeiro assado, o pão, ervas amargas e o vinho.

Jesus está movimentando pessoas para aquela ceia e sua morte. Ele planejou o local com um discípulo rico e anônimo; num gesto incomum, ele acerta que um servo estaria esperando seus discípulos com um cântaro feminino cheio d’água; ele manda Pedro e João para preparar a refeição. Como é de seu costume, ele usa as pessoas de uma forma natural e também de forma incomum em determinadas situações. Mas, ao fazer isto, Jesus relaciona-se com as pessoas, valorizando-as. Em todo este movimento de preparação, ele é a pessoa mais importante. Ele é o cérebro por trás de tudo. O plano dele é que é realizado na realidade. Jesus controla sua morte; ele não é arrastado para ela como se fosse um pedaço de pau num rio tormentoso. Na sua vida, leitor, é assim também: tudo parece estar fora de lugar e você totalmente perdido. Mas há um cérebro inteligente, firme e amoroso controlando você e os acontecimentos de sua vida.

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