O QUE FAZEMOS AOS OUTROS, VOLTA-SE PARA NÓS
Gostamos de ser
juízes da vida dos outros. Isto parece inato em nós. Lembro-me de quando era
pastor nas igrejas em que pastoreei e via um determinado adolescente que dava
muito problema, dizia para mim mesmo: “quando este adolescente tiver um pouco
mais de idade, vai abandonar Jesus e a igreja”. O tal adolescente ficou adulto
e tornou-se uma excelente testemunha de Jesus. De outro adolescente, eu pensei:
“este vai ser um pastor muito bom no Reino de Deus”. Pouco tempo depois, este
mesmo adolescente aprontou, abandonou a igreja e vivia falando mal da época em
que participava dela. Vai julgar os outros!!! O que Jesus nos ensina acerca
desta atitude humana de julgamento? Vamos ver em Lucas 6.37-38.
Jesus diz: “não
julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados.” (v.
37). Primeiro, eu quero dizer que esta palavra não tem nada a ver com o sistema
judicial. Segundo, este julgamento não se refere a falar um fato
comprovadamente verdadeiro sobre alguém. O que Jesus está proibindo? A atitude
humana de formar opinião sobre os outros, baseada em nossas impressões e
preconceitos pessoais. O que ele condena é ter um jeito de ficar julgando o
tempo todo, todas as pessoas que encontramos, com exceção dos nossos amigos.
Geralmente, quem julga, condena, pois temos a tendência de ver melhor os
defeitos do que as virtudes dos outros. Por ver mais os defeitos, a pessoa que
julga fica com raiva da outra. Por causa disto, Jesus associa o julgar com o
condenar. Se nós nos tornarmos pessoas extremamente críticas dos outros, então,
além de tornarmo-nos pessoas amargas, seremos julgados da mesma forma pelos
outros. O julgamento e a crítica que fazemos aos outros, de alguma forma
volta-se contra nós mais tarde. Você conhece alguém que fica o tempo todo
criticando os outros? Você gosta de conversar com esta pessoa? O que os outros
dizem acerca desta pessoa? O ensino de Jesus é que paremos imediatamente de
julgar e condenar os outros, baseados em nossas próprias opiniões.
No texto, o
oposto de julgar é perdoar: “perdoem, e serão perdoados” (v. 37). Do mesmo
jeito que nos proíbe julgar, agora manda que perdoemos. Ele nos orienta a viver
com um jeito perdoador. Independente se a outra pessoa veio ou não pedir
perdão, se ela arrependeu-se ou não, em nosso coração devemos perdoar. A
manifestação externa do perdão só deve ser dada quando a pessoa que errou pedir
perdão por palavras ou atitudes. Mas, em nosso coração, o perdão deve ser
liberado rapidamente. Quem não perdoa carrega um fardo muito pesado que vai
atrapalhar o resto de sua vida. Perdoar é ser livre! Ao sermos pessoas
perdoadoras, algo incrível vai acontecer: as pessoas também perdoarão nossos
erros. Tudo que fazemos aos outros, quer seja o bem, quer seja o mal, acabará
voltando para nós. Você é quem decide o que os outros vão lhe dar.
Junto com o
perdão, viva uma vida de doação (v. 38). Doe tudo que você puder doar:
alimentos, bens, dinheiro, tempo, palavras amigas, seu ombro, suas mãos,
inteligência, influência, etc. Tenha um coração generoso e não tenha medo de
doar. Jesus diz que, se você tiver um coração generoso, receberá muito mais do
que deu. Ele usa a figura da farinha que é colocada num saco e você bate o saco
para caber mais farinha e chega ao ponto de transbordar. Assim receberemos de
volta tudo que foi dado. Você receberá muito mais do que deu. Haverá um complô
do bem a nosso favor. A doação que fazemos aos outros, volta-se para nos
abençoar.
Com a medida que
medirem, medirão vocês! Sua vida tem sido de perdão? Ou você costuma guardar
mágoas, anos e anos, até que estas mágoas envenenem sua vida? Sua vida tem sido
de doação? Há generosidade ou egoísmo em tudo que você faz? Você evita julgar
e, pelo contrário, aceita as pessoas como são, sabendo que terão falhas assim
como você também as têm? Tudo que você faz, retorna para você.
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