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Lucas 14.15-20 - DESCULPAS ESFARRAPADAS

A PARÁBOLA DO GRANDE BANQUETE DO REINO DE DEUS (1ª Parte)
DESCULPAS ESFARRAPADAS

Nascidos num país de cultura cristã (catolicismo, evangelicalismo e espiritismo), temos uma enorme dificuldade em fazer a diferença entre as exigências do evangelho de Cristo e nossas demandas culturais. Evangelho e cultura aparecessem tão misturados para nós que não distinguimos se temos de abandonar alguma coisa da cultura em favor do evangelho. Na parábola que Jesus contou sobre o grande banquete (Lucas 14.15-24), ele fala desta diferença em relação à sua própria cultura, mas que serve para nós hoje. Vamos estudar a primeira parte desta parábola que se encontra em Lucas 14.15-20.
Jesus estava numa refeição de um homem importante e seus convidados, onde houve um milagre e várias conversas e discursos (Lucas 14.1-14). Nesta refeição, um dos convidados, ao ouvir Jesus falar acerca da ressurreição dos justos (v.14), faz a seguinte observação: “feliz será aquele que comer no banquete do Reino de Deus” (v. 15). Este convidado pensa no banquete no fim dos tempos em que Deus vai inaugurar o seu reino com os homens santos e piedosos de Israel. Para ele, vai ser bem-aventurado ou feliz, a pessoa que ressuscitar e participar deste banquete.  Obviamente, ele pensava nele próprio e em outros “justos” em Israel para esta grande festa. E mais, ele achava que Jesus diria uma frase concordando com sua ideia.
No entanto, Jesus surpreende aquele convidado contando uma parábola (estória). Ele começou assim: “certo homem estava preparando um grande banquete e convidou muitas pessoas” (v.16). Na cultura de Jesus, um homem que fazia um grande banquete era certamente uma pessoa importante, rica e de posses para poder bancar tal festa. Ele convidou muitas pessoas. Está implícito que todas aceitaram o convite, pois o homem só daria continuidade à preparação do banquete se tivesse certeza do número de convidados que aceitaram participar. Jesus prosseguiu: “na hora de começar, enviou seu servo para dizer aos que haviam sido convidados: ‘venham, pois tudo já está pronto’” (v. 17). Em toda festa naquela época, havia sempre dois convites. O primeiro era para saber quantos viriam e o segundo era para chamar para a festa, pois ela já estava pronta. Foi o que aconteceu aqui. O servo, em nome do seu senhor, avisa aos convidados que já podem ir e dar início ao banquete. O que se esperava é que todos os convidados que aceitaram o primeiro convite fossem. Mas não foi isto que aconteceu.
“Mas eles começaram, um a um, a apresentar desculpas” (v. 18). Todos os convidados resolveram não ir, apesar de já terem dado sua palavra inicial de que iriam e começaram a apresentar desculpas. Naquela época, essa atitude era considerada um insulto ao anfitrião. Ele havia feito a festa com base na palavra deles de que iriam. Os convidados sabiam disso e começaram a arrumar desculpas. “O primeiro disse: ‘acabei de comprar uma propriedade e preciso ir vê-la. Por favor, desculpe-me. ’ Outro disse: ‘acabei de comprar cinco juntas de bois e estou indo experimentá-las. Por favor, desculpe-me. ’ Ainda outro disse: ‘acabo de me casar, por isso não posso ir’” (v. 18-20). Estes três convidados deram desculpas completamente esfarrapadas. Os dois primeiros compraram, respectivamente, um campo e cinco juntas de boi para arar a terra, sem olhar e avaliar com antecedência. Pior, as festas começavam no final da tarde. Isto significava que eles iam olhar o que compraram de noite. A desculpa do terceiro foi horrível. Se ele ia se casar, porque aceitou o convite? Em sua época, o marido tinha pleno domínio sobre a mulher. Sua desculpa era tão ruim que fazia parecer que a mulher mandava em sua vida. Ou seja, todos aqueles convidados propuseram desculpas tão descabidas, que só restava ao anfitrião perceber que todos estavam mentindo porque não queriam ir à sua festa.

Até aqui (tendo em vista que a parábola continua), o que Jesus quer nos ensinar? Deus fará um grande banquete quando, nos fins dos tempos, iniciar o seu Reino, ou usando nomes que nos são familiares, seu Céu ou a salvação. Ele convidou muitos. Mas, na hora da festa, o servo saiu avisando que tudo já estava pronto. Isto representa Jesus que veio ao mundo e nos anunciou que a salvação de Deus estava aberta nele: “eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (João 14.6). Mas muitas pessoas não quiseram aceitar este convite que Cristo fez porque amaram mais suas coisas e suas vidas do que a Jesus. Os seus estilos de vida, seus bens, suas riquezas, suas famílias, seus prazeres pessoais e suas famas são mais importantes que seguir a Jesus em humildade de vida. Muitas pessoas boas não entrarão na festa do Reino de Deus.

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